terça-feira, 28 de junho de 2011

DESCOBRI QUE QUERO VOAR!

      Ultimamente tenho me observado um pouco arredia demais diante da condição de dona de casa. Fiquei me analisando e cheguei à conclusão que alguns sentimentos eram desnecessários, ou estavam "superlativando" algumas sensações que independem da condição de estarmos em casa ou não.

      Caiu a ficha, quando recebi uma proposta de trabalho, e não tive vontade de aceitar. Não porque não estou a fim de trabalhar, mas porque não basta ser apenas qualquer coisa para ganhar um troco, e me dizer ocupada. Preciso mais. Algo que compense a minha falta de atenção em casa, o prazer de estar sempre perto do meu filho, do meu marido. Neste momento percebi, que o amor pela família, sempre vai vencer qualquer oferta, que talvez esta comparação seja desleal e injusta. E não devemos nos preocupar em demasiado se todos ficarão bem, porque no fim, por mais que a gente se esforce, a felicidade da nossa família, não depende só da gente.

       Sendo assim, me tornei mais aberta a oportunidades boas, prazerosas e até lucrativas, mas que fundamentalmente possam me fazer mais feliz. Descobri que não é justo culpar pessoas e situações pela minha falta de decisão, vontade ou determinação. Nem tudo que nos permitimos passar, é culpa de alguém. E muitas vezes, é culpa de nós mesmos. A partir do momento que já não aceitamos a condição em que vivemos, algo não está bom; é hora de mudar. Mudar um estilo de vida, alguma situação profissional, uma postura qualquer.

       Sempre fui muito sincera com meus sentimentos, dificuldades e intenções, e acho que tenho conseguido viver bem assim! Para podermos ser boas mães, boas esposas, primeiramente precisamos nos sentir felizes, realizadas, tranqüilas. Não podemos transmitir a paz que não há dentro do nosso coração, ou convencer com paciência, se não estamos pacientes para entender nossa própria história de vida.

       Meu recado hoje é pra você, que assim como eu, passa por momentos de desencontros e indecisões, onde o amor (Graças a Deus!) que nos cerca, ao mesmo tempo em que nos fortalece nos impede às vezes de voar. Como voar sabendo que nosso ninho ficará em solo, ainda que em terra firme, mas longe do nosso toque, da nossa vista?

       Talvez haja um meio termo onde consigamos voar, não tão alto, mas continuamente. Assim, podemos ser felizes com a sensação do vento batendo no nosso rosto, e completas, por conseguir do céu, avistar nossa cria. Não é pecado algum querermos dar um rasante aqui outro ali, é humano, é real, necessário.

       Se você está com necessidade de se realizar em alguma coisa, que a sua condição atual não te permita, tente o meio termo. Mais vale um pouco mais de felicidade, do que muito de desconforto. O ninho, nunca sai do lugar, e se o construímos de forma sólida, quente, protegido, pode ventar, chover, nada abala o que está alicerçado com amor, proteção e direção de Deus.

       Descobri que quero voar, baixinho, devagarzinho, suave, não importa, sentir a emoção do vento, ver a beleza dos mares, o perfume das matas...ainda que de vez em quando, ainda que menos do que poderia...

       Já sinto o vento sobre o meu rosto, balançando os meus cabelos, secando a minha boca... Esquentando o meu coração... Ah, descobri que quero voar,... Baixinho...



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Obrigada

Adriana Flores Mafra

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