sexta-feira, 30 de março de 2012

PAREM O TREM...


Hoje acordei melancólica e introspectiva. A fim de avaliar meus caminhos, ou a ausência deles. E nesta profunda trajetória percebi algumas pedras, decepções e incertezas, que me fizeram chegar até aqui.
Percebi que a “lentidão” de algumas escolhas não é reflexo apenas de uma possível insegurança como pode parecer; ou resultado de certa apatia pela vida e pelas opções que se apresentam. É sim uma forma generosa de encarar os fatos. A ausência de certo egoísmo que poderia existir atrelado a um objetivo bem definido, resultado de muitas viagens que fiz me mostraram o real valor das coisas e das pessoas a minha volta. Não posso ignorar o aprendizado.
Todos os dias, milhares e milhares de pessoas acordam e pré-definem seu dia a dia, seus anseios e atitudes. Seguem seus caminhos, deslocam-se “isoladamente”, buscam, conquistam. É o tão sonhado curso, o tão sonhado emprego, o tão sonhado sonho. Outros tantos... Sonham somente. Por incapacidade de lutar, por ignorância dos caminhos a seguir, pela “bagagem” atrelada a certas decisões. Bagagem que aumenta o medo, a incerteza e a cobrança por fim. Quando se é coluna qualquer movimento abala a estrutura.
Como é difícil voltar atrás, começar de novo, tentar mais uma vez o que nunca foi feito. Como é difícil acreditar em si próprio quando já se desistiu uma vez. Como é difícil não comprometer sentimentos passados, com situações novas e inesperadas. Como é difícil esquecer dos que amamos, e de quem não queremos nos afastar... Nem um pouquinho... Como é difícil o julgamento superficial quando temos malas e malas de sentimentos guardados, acumulados, desenvolvidos para carregar. Como é difícil...
Mas não fiquem tão preocupados com minhas escolhas, preocupem-se comigo. Se eu estiver bem, minhas escolhas serão as oportunas. Preciso apenas que alguém desça do trem. Quando se está dentro do trem a vida passa muito rápido, e conseguimos observar apenas algumas breves folhagens que movimentam-se entre as estações. Não vemos a paisagem a nossa volta, não sentimos o clima, não vemos ninguém. Ao invés de criticar olhe pela janela, observe os que acenam, faça valer a oportunidade que te foi concedida... Não desperdice a viagem, um dia pode ser você acenando por alguma direção...
Parem o trem! Já desci uma vez, agora, preciso subir... Mas abram a janela não quero perder uma brisa se quer. Aprendi que o mais importante da viagem é o caminho...