terça-feira, 4 de junho de 2019

SORORIDADE


Ultimamente tem se usado muito esta expressão “sororidade”. Podemos caracterizar como sororidade a “união e aliança entre mulheres, baseado na empatia e companheirismo, em busca do alcance de objetivos comuns.” Muito presente nos movimentos feministas, fortalecendo a ideia de irmandade entre as mulheres na luta contra os esteriótipos.

Observando muitas postagens e comentários na mídia, vejo que há sim um movimento genuíno e concreto em prol da melhoria do sistema como um todo. Desde a luta contra a violência doméstica à luta por igualdade no mercado de trabalho por exemplo.

Vejo sim como é importante esse posicionamento de mulheres fortes de caráter, as formadoras de “boas”opiniões que possam ajudar o direcionamento das pessoas contra o preconceito, a censura, a violência, a mediocridade.

Entretanto paro pra pensar até onde isso de fato é verdadeiro, consciente e real. Será que as pessoas têm noção do que representa uma luta como essa? Será que há reflexo concreto nas atitudes de nós mulheres em nossos cotidianos?

Por exemplo: Você elogia suas amigas? Levanta a autoestima, dá bons conselhos, demonstra sua admiração? Ou você guarda esses sentimentos em forma de inveja, ressentimento e despeito?

Você tenta compreender as outras mulheres, reconhecer suas fraquezas, respeitar suas decisões?
Ou está mais preocupada em observar quem ganhou uns quilinhos a mais, fez botox ou trocou a prótese dos seios? É muito comum fazerem observações negativas, criticarem atitudes umas das outras e desvalorizarem algumas conquistas.

De que adianta falarmos de irmandade, sororidade, mexeu com uma mexeu com todas*, e no nosso dia a dia fazermos tudo ao contrário? Já pararam para pensar que nós mulheres podemos ser co-criadoras de todo esse sistema que nos diminui, machuca e marginaliza?

Quer ajudar a mudar essa realidade? Comece fazendo você a diferença positiva. Quando uma mulher precisar de cuidado, apoio e compreensão, estende sua mão. Quando sua amiga estiver gata, fale pra ela. Quando tiver orgulho de algo que ela falar ou fizer, evidencie. Não tenha medo da concorrência, mulheres fortes e seguras de si, não têm receio das comparações e críticas. Pelo contrário, se juntam a pessoas mais fortes ainda, que as inspirem a serem vencedoras. A generosidade e o companheirismo nos torna ainda mais belas.

Da próxima vez que você ouvir falar sobre sororidade, pense se você está apta mesmo a aderir um movimento como esse. Se questione sobre os limites saudáveis que devem ser adotados, e pratique. Ideias e conceitos guardados não tem utilidade, deturpam e desacreditam atitudes que efetivamente podem somar às nossas vidas.

Não seja eco, seja co-criador e propagador da tolerância e do amor. Afinal, “quem aceita o mal sem protestar, coopera com ele.” Martin Luther King Jr.





*mexeu com uma mexeu com todas – movimento midiático contra o assédio sexual às mulheres, onde o a frase evidencia que o que sofrimento de uma mulher caracteriza o sofrimento de todas. Reafirmando o conceito de sororidade acima descrito.

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