quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Vai lavar uma muda de roupa...


Vocês já pararam para observar como tem gente que nunca está feliz? Tá sempre reclamando de alguma coisa, falando mal de alguém?
Difamando as pessoas, contando publicamente detalhes da vida particular dos outros que lhes foram confessados intimamente, não para o grupo, muitas vezes até como uma forma de desabafo.
Desdenham, diminuem, humilham uns aos outros. Isso não é legal. Muitas vezes as pessoas podem até se exceder em um comentário ou outro, afinal quem é perfeito? Mas será que ao invés de falar da vida alheia não seria melhor buscar aquilo que nos faz felizes?
O pior é que esta tal “sociedade” materializada na boca de um ou de outro, demonstra ser preconceituosa e exigente com aquilo que nem ela mesma pode oferecer.
Comprometer a dignidade de uma pessoa, criar estereótipos, é muita irresponsabilidade. Ninguém pode ser reduzido a um gesto, a uma modelo de roupa ou coisa do tipo.
Tá cheio de pessoas dentro desta “tal sociedade perfeita” que não existem, se dizendo tão corretos, tão enquadrados nos modelos exigidos, que quando você vai conhecer, não valem nada. Mas vale ser honesto, desprendido, ...feliz!
Muitas pessoas julgam o que não têm coragem de fazer. Criticam porque têm inveja de não conseguirem ser igual. Humilham porque se acham tão pequenos que precisam diminuir o outro para ver se sentem um pouco melhores.
Como dizia minha avó Julieta: “Não tem o que fazer, vai lavar uma muda de roupa, uma pia cheia de louça meu filho...”. Haja roupa suja para lavar!
Se a pessoa está fora de forma, é porque é relaxada, não se cuida, é preguiçosa. Se a pessoa se cuida, vai na academia com frequência, tem um corpo definido, é porque é fútil, não tem nada na cabeça.
Se é intelectualizada, é “nerd” demais, não gosta de gente, não se relaciona com ninguém. Se tem facilidade de comunicação, vai em todas as festas, é animado, não quer nada com a vida.
Se a mulher trabalha fora, é porque não tem apego à família, não sabe valorizar o lar que tem. Se fica em casa para se dedicar aos filhos, é folgada, encostada, não gosta de trabalhar. E por aí vai...
Como se todo mundo que estivesse acima do peso é porque é desregrado, não porque teve um problema de saúde que o fez chegar até ali. Como se toda pessoa que gostasse de cuidar do corpo fosse desprovida de capacidade de raciocínio. Como se todo intelectual não gostasse de conversar. Ou todo comunicativo, não tivesse seus momentos de introspecção. Como se a mulher que trabalha fora, não sofresse por ficar longe dos filhos, e como se toda mulher que trabalha em casa, não trabalhasse.
Gente, o que é isso? Porque as pessoas andam tão amarguradas, tão críticas? Não percebem que este julgamento da mesma forma que vai, volta sobre a boca de outro alguém? E assim se sofre sem necessidade, se magoa, se destrói.
Todos somos diferentes. Nem sempre existe certo ou errado, melhor ou pior, depende do ângulo que se vê.
Nosso valor vai além das nossas aparências: físicas e intelectuais. Ninguém é só aquilo que se vê, que se percebe rapidamente. Acredito até no poder da persuasão a primeira olhada, feita de forma pensada por profissionais. Mas viver em função disto, se preocupar demasiadamente com a opinião alheia e deixar de ser feliz, sinceramente, acho muito pior.
Precisamos entrar na era do ser, amar, aproximar, compreender. Precisamos aprender a ouvir, a tolerar, a convergir.
Precisamos deixar de julgar, invejar, criticar e aprender que a vida funciona como um ciclo giratório, e que um dia estamos por cima, e outro podemos estar por baixo. Que a energia que emitidos, de alguma forma ela volta, e que quanto mais desprovido de sentimentos negativos nos formos, mais prosperidade alcançaremos.
Ninguém é dono da verdade, das opiniões, dos julgamentos. Melhor do que se preocupar em excesso com a vida alheia, é olhar para o próprio umbigo. Enxergar o erro dos outros é fácil, difícil mesmo, é reconhecer os seus. Admitir, assumir e corrigir. O resto é preconceito, é pobreza de espírito, é limitação de raciocínio, é falta de humanidade.
Compactuar com esta “tal sociedade perfeita” que não existe, pode ser fatal, para qualquer um de nós. É só uma questão de tempo!