quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Forasteira sou no mundo…

Tenho escrito muito pouco ultimamente, mais observando as pessoas, tentando compreender algumas situações, alguns comportamentos…
Por vezes me sinto só, pouco deprimida, desapontada talvez. Estou longe de ser uma pessoa perfeita, até porque ninguém o é. Mas tenho visto tanta coisa acontecendo no mundo que confesso, ando um pouco assustada.
Certa vez fui à igreja, e decepcionada com um acontecimento específico falei com Deus: “Senhor, ajuda-me, não queria ver isso tudo acontecendo…”. Qual não foi a minha surpresa ao escutar: “Você ainda vai ver muita coisa minha filha, que não gostaria de ver…”. É, penso que este dia chegou…
Sou uma jovem que às vezes se sente velha, e uma velha que se sente jovem. Procuro ser espiritualizada, mas muitas vezes sou contra muita coisa que as religiões impõem. Sou a favor de falarmos sobre os sentimentos como forma de melhorar nossa relação com as pessoas, entretanto, tenho visto tanta coisa desnecessária sendo dita, que por vezes prefiro ficar calada…enfim, são as contradições desta vida que me fazem sentir como uma forasteira, estranha ao mundo que vejo.
Penso que a grande vantagem de ser jovem, é que temos a desculpa da idade para justificar nossos erros. Já quando somos velhos…
Penso que a grande vantagem de ser velho, é que não precisamos usar desculpas, temos coragem para assumir os próprios erros. Não?
Percebo na verdade que essa questão da idade, da religião, enfim, é extremamente relativa. Penso que melhor seria buscarmos o alcance da sabedoria e do entendimento espiritual.
Mas quem sou neste mundo? Uma meio jovem, meio velha, meio religiosa, meio revolucionária! Será que mereço crédito?
Bem sabia Jesus Cristo que nem todo o ouro nem toda a prata deste mundo seriam suficientes para comprar a paz, o amor, a fé! Vejo pessoas se degladiando por posições, status, poder. Que nunca são suficientes. Aquele que trabalha, sempre quer mais. Aquele que recebe, nunca está satisfeito. Aquele que não tem, sempre quer o que não é seu. É…forasteira sou no mundo.
Não consigo muito bem entender os juízos de valor que são empregados nas grandes empresas. Onde o trabalho e o dinheiro vêm em primeiro lugar. A satisfação pessoal em segundo. E a fé, o amor, a família…ah a família…o que é família mesmo?
Hoje em dia até as definições de família são discutidas no Congresso! Como se o homem tivesse esse poder sobre o amor.
Por vezes choro, outras rio sozinha…interessante ver a quantidade de gente que acha que sabe tudo, e no fundo tem tanto para aprender…Ao mesmo tempo, tem tanta gente boa que não faz idéia do quanto é útil para a humanidade…
E o que dizer dessas pessoas que se atiram em meio aos oceanos, com mulher, filhos, tentando chegar em algum lugar, buscando um destino que ao menos sabem onde fica? Desespero! Angústia! Pedidos de socorro! Esperança de uma vida melhor! Esperança de vida! E ainda tem aqueles que se sentem na condição de julgar...
Valores invertidos, interesses individuais sobrepostos ao interesse geral. As pessoas fazem guerra em nome do amor. Provocam ódio em nome da paz. Utilizam o rancor para justificar a ganância. Julgam a prepotência do outro, mas são incapazes de olhar para o próprio umbigo!
No mundo moderno as pessoas trabalham, trabalham, juntam dinheiro, juntam dinheiro, e perdem a paz. Será essa uma troca justa?
Quanto mais eu vivo, mais velha fico, e mais jovem quero ser! Talvez não seja vantagem crescer. Tenho aprendido muito mais com as crianças, do que com os adultos ultimamente.
É, forasteira sou no mundo…mundo cheio de ilusões…Trabalhamos por um dinheiro que muitas vezes não vem, perseguimos um status que é volátil como o apagar de uma chama, buscamos uma vaidade relativa, que nunca será unanimidade…
É, forasteira sou no mundo, e quero continuar assim!


sábado, 4 de julho de 2015

Julgamentos que aprisionam

É … aí você comprova que a vida é assim: que as pessoas estão loucas para encontrar um bode expiatório que assuma todas as suas imperfeições. Alguém para quem elas possam apontar os dedos e aliviar suas inquietudes internas … no outro.
Aí você realmente reconhece o covarde, o fraco, o invejoso. Você identifica o mentiroso, o mau caráter, o inseguro. Você percebe que o bom não é tão bom assim até que surja uma situação em que ele realmente deva se posicionar. Você percebe que... estar rodeado de gente, nem sempre quer dizer muita coisa.
Mas que bom. E que bom... de repente surgem pessoas incríveis, que sempre estiveram ali, mas você nem notava. E como elas são grandes, apesar de parecerem pequenas, e como são amáveis e sensíveis. E como uma palavra de afeto pode fazer toda a diferença. De repente você recebe amor de quem não esperava, e mesmo aqueles mais tímidos, com um olhar carinhoso, encontram uma forma de dizer: “eu estou com você!”.
E porquê tudo isso importa? Porquê não jogar o tapete para o alto e dizer: a opinião dos outros não faz a menor diferença na minha vida? No fundo, o que uma pessoa acha de você, não muda em nada o que você realmente é! Fato! Então, o problema deveria ser do outro, não seu!
Mas muitas vezes, mesmo sem querer, importa. Porque ninguém gosta de receber sentimento ruim. É melhor não receber nada. Se não for para oferecer seu amor, não ofereça seu rancor, nem seu julgamento, nem nada que faça mal. Se não for para dar amor, não dê nada. Ponto!
O mundo seria muito melhor, mais justo, mais livre!
Quando você aprisiona o outro, aprisiona você mesmo, em um sentimento que você mesmo criou! Vale a pena?
Já estive em muitos lugares. Uns melhores, outros muito ruins. Já conheci muita gente. Umas lindas de alma, outras que, talvez prefiro nunca mais encontrar. E daí? Não muda nada. Talvez seja prepotência nossa acreditar que podemos controlar o mundo e o sentimento de quem está ao nosso lado. No fundo nossa opinião, não muda em nada aquilo o que realmente é!
Então, não perca tempo olhando para fora. Olhe para dentro. Se ame, se reconheça! E se permita viver feliz!
Se possível, ofereça seu amor. Senão, então não ofereça nada. Melhor assim. Se não puder contribuir para o bem, não contribua para o mal. Porque apesar do seu julgamento não mudar a realidade que existe, o sentimento negativo que se emite, uma hora volta para você. Então, se não puder fazer o bem, não faça nada! E assegure um futuro de dias mais felizes e repletos de paz !