domingo, 18 de maio de 2014

Ê...SAUDADE!

Existem alguns momentos na vida da gente que é preciso cruzar territórios, sobrevoar novos oceanos, desbravar novas montanhas.
Existem épocas em que a necessidade de buscar o novo, conhecer o inusitado, viver o inesperado, te toca, te movimenta, te faz reviver. É hora de partir. Ou de chegar, como quem não procura, mas sempre encontra algo de bom.
Quem vai sente euforia, sente curiosidade, necessidade de se estabilizar. Quem fica sente um vazio, uma saudade, sente a lágrima escorrer de forma arbitrária e com vida própria.
Quem vai também sente a mesma dor, mas sentida de forma diferente. A lágrima cai, mas somente quando ninguém vê. O peito aperta, mas em um misto de tristeza com felicidade. A angústia aparece, mas logo a expulsamos, não há mais espaço para a dúvida, para o medo, para a incerteza.
Crer para ver. Lutar para conquistar. Amar para ser amado. Aqui, acolá, em qualquer lugar. Em todo lugar.
A saudade de quem vai, a saudade de quem fica. Aperta o peito, dói na alma, reflete nos olhos.
A saudade de quem vai, a saudade de quem fica, evidencia o amor, o encontro, o abraço distante.
A saudade de quem vai, a saudade de quem fica, evidencia a necessidade da voz, do toque, do calor.
A saudade de quem vai, a saudade de quem fica, valoriza o amor, a presença, torna cada um mais especial.
É como diz naquela música*: “A casa da saudade é o vazio. O acaso da saudade fogo frio. Quem foge da saudade preso por um fio, se afoga em outras águas, mas do mesmo rio.”
O amor não se nega, se chora, não se lamenta. O amor refletido pela saudade não se torna dolorido, mas crescente, renasce, engrandece.
Fugir da saudade, é renegar o sentido da falta, que contradiz o sentimento que a originou. Sendo assim, não fuja da saudade, não fuja de mim. Apenas sinta! Estarei em cada lágrima, em cada lembrança, em cada lugar. Estarão da mesma forma dentro de mim. Aqui, acolá.
Ah... saudade de quem vai! Ah... saudade de quem fica! Saudade...sinta!





*Música de Chico César e Paulinho Moska.