Quem
nunca tirou uma pedra de dentro do sapato? Daquelas pequenas, mas que
incomodam sabe?
Na
nossa vida boa parte do tempo é assim, com pequenas pedras que se
infiltram dentro dos nossos sapatos, sem que ao menos saibamos como
foram parar ali!
É
bem verdade que às vezes ao pisarmos na terra, pedras um pouco
maiores entram e machucam os nossos pés. Mas como são grandes, a
dor é forte, e logo as identificamos. E assim, podemos removê-las.
Ruim
mesmo são essas tais pedras pequenininhas. Aquelas que se espremem
bem no meio do calcanhar. Parece até que penetra na nossa pele de
forma tal, que nem tirando os sapatos elas não saem. Essas, são as
mais perigosas.
São
pequenas, passam desapercebidas, só vão doer quando estão
profundas, deixando feridas difíceis de curar.
Mas
o que fazer? Não adianta. Em algum momento, vamos descuidar, e elas,
sorrateiramente estarão ali, novamente nos incomodando.
Algumas
situações, alguns sentimentos são como pequenas pedras. Muitas
vezes na hora não percebemos algo de tão grave, mais vão
machucando de pouquinho. Penetrando na pele levemente. Até que se
transformam em machucados grandes, que deixam marcas para a vida
toda. “Mas era uma pedrinha tão pequenininha...”. Pois é!
Aprendi
a falar o que penso sem sobrepor minha opinião sobre a de ninguém.
Aprendi a dizer o que sinto, tomando o máximo de cuidado para não
magoar as pessoas à minha volta. Aprendi a respeitar o próximo, e
saber conviver com as diferenças. Aprendi que amar é sempre melhor
que a falta de amor. Apesar de que o excesso de amor, ou o amor
direcionado de maneira incorreta, também pode não ser bom.
Não
acerto sempre, por isso também tenho pedras no sapato. Mas, quem não
as tem? Me conformar com elas? Nunca. Tudo aquilo que incomoda,
machuca, maltrata, não faz bem, de uma forma ou de outra temos que
tentar eliminar.
O
que fazer então? Trocar o calçado? Não pisar na areia? Evitar
alguns caminhos? Usar coturno? Meias até os joelhos? Quem sabe uma
palmilha?
Felizmente
ou infelizmente não existe uma fórmula secreta. Talvez o real
“segredo” seja estarmos atentos, o máximo de tempo possível.
Conectados com Deus, em paz com o universo, vigiando.
Não
é preciso deixar de viver. Pise na areia se sentir vontade, use
tênis sem meias, saia do asfalto de vez em quando, só não esqueça
de limpar os pés antes de calçar os sapatos.
Mas
não abuse: usar sandálias de dedo no meio da estrada de terra, pode
ser fatal, então, vigie. Escolha os bons caminhos, utilize os
métodos corretos, e continue caminhando. Pedras sempre vão existir,
mas se estiver com o calçado apropriado e prestar bastante atenção
onde deve pisar, mesmo que se machuque um pouquinho, vai ser tão
rápido e superficial, que não dará tempo para deixar cicatriz!
Pedras
no sapato, quem não as tem?