Ultimamente tenho
reparado como boa parte das pessoas se acha politicamente tão corretas, como se
fossem exemplos vivos da dignidade, da verdade, da competência, do saber... Como
diz minha amiga Val: “Hello!”.
Pelo amor de Deus... Em
boca fechada não entra mosquito, quem fala o que quer ouve o que não quer... Presta
atenção...
Em época de “tempos
modernos” onde se leiloa a primeira noite de amor, se vende ideias pela
internet, se compra roupas em sites do exterior, ainda sobra moral para se
julgar o outro? A vida do outro, a roupa do outro, o corpo do outro, a celulite
do outro, o tamanho do nariz do outro... Não dá...
Claro que não sou cega
e percebo uns exageros aqui e outro ali, mas isto não me dá o direito de
sobrepor o meu pensamento à vida de ninguém.
Quando pequena, eu
sofria muito com comentários que não atendessem às minhas expectativas, ou que
me denegrisse de qualquer forma que fosse. Me trancava no banheiro e chorava em
frente ao espelho (esta parte era cena!). Acreditava que o mundo estava contra
mim. Um dia veio uma luz: “... Ou desisto e aceito que sou fraca e o mundo todo
tem razão, ou dou a volta por cima e mostro pra mim mesma, que sou melhor,
superior, vencedora.”.
Resolvi dar a volta por
cima. Passei a encarar os desafios como uma forma de superação, e assim como no
vocabulário chinês, o significado de crise, tornou-se oportunidade.
Oportunidade pra crescer, aprender, transformar o que não está bom. Desapegar
do que não agrega descobrir o que realmente faz sentido.
Descobri que os outros
sempre vão ter um comentário contrário, desanimador. É só manifestarmos uma
fragilidade que sempre alguém faz questão de ressaltá-la. Sempre vai existir
alguém que não fique tão feliz com a minha vitória, com a minha aparência, com
a minha maneira de viver. E DAÍ? As pessoas podem desistir de mim, as pessoas
podem não me apreciar, as pessoas podem ir contra as minhas intenções, mas eu
não tenho este direito. Eu sou a única que não posso desistir de mim mesma. Se
um dia isto acontecer, é melhor não mais estar por aqui.
Trágico, melancólico,
romântico demais? Real, fatídico, ponto! Tem tanta coisa em tanta gente que não
gosto de observar e não falo nada! A se eu fosse comentar tudo o que penso!
Melhor prestar atenção em outra coisa, reparar na paisagem, mascar um chiclete,
sei lá!
Sinceridade não é
sinônimo de desrespeito, de falta de consideração com a emoção do outro.
Sinceridade não é falar tudo o que pensamos doa a quem doer e pronto. Ser
sincero é ter coerência entre ações e discursos, ser sincero é ter princípios,
é falar o que sente sem magoar o outro. Ser sincero é não criar falsas
expectativas por omissão ou desvio de conduta.
Como disse Gabriel
Garcia Marquez: “Se por um instante Deus se esquecesse de que sou uma marionete
de trapos e me presenteasse com mais um pedaço de vida, eu aproveitaria este
tempo o mais que pudesse. Possivelmente não diria tudo o que penso, mas
definitivamente, pensaria tudo o que digo”.
Fica a dica!