quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Não!


Já perceberam como é muito mais difícil dizermos não do que sim? Ando reparando inclusive, que esta onda do politicamente correto está cada vez mais limitando as pessoas em suas atitudes e suas opiniões. Pode ser bom, mas pode ser muito ruim também.
Quando pequena meus pais me diziam, “-Se alguém na esquina da escola te oferecer uma balinha você não aceita.”, “Se o amiguinho quiser pegar o seu material escolar e levar pra casa, você diz que não, porque ele tem que respeitar o que é de propriedade sua.” Um pouco mais velha, eles diziam: “-Se estiver em uma festa e alguém desconhecido te oferecer bebida você diz que não quer, nunca beba do copo dos outros, você nunca sabe o que pode ter ali dentro.” E por aí vai... Aí crescemos, e quando nos tornamos adultos, vemos a dificuldade que as pessoas têm em se posicionar, impor seus limites, se respeitar.
Parece que se esquecem desses tais ensinamentos “infantis” e passam a construir um universo de medo, mentira, falsidade e até discriminação. É, impedir alguém de dizer o que sente e quer realmente fazer da “sua” própria vida é também discriminação, e falta de respeito.
Quando abrimos exceções o tempo todo e aceitamos tudo o que as pessoas a nossa volta nos “obrigam”a fazer, haverá um momento em que nossas vidas não mais nos pertencerão, e a carga que carregaremos sobre as nossas costas, acumuladas dos problemas, anseios e inseguranças dos outros, se tornarão nossas também. E aí mesmo que dê aquela vontade de negar o que já foi aceito, não dá mais para voltar atrás.
O problema de não saber dizer não, é que se torna uma bola de neve, que cumulativamente nos corrompe, nos contagia, nos impede de viver.
Um não dito com elegância, classe e categoria, pode ser melhor do que muito sim dito de forma agressiva, repleto de cobranças e murmuração.

Aprenda a dizer não para o que te desagrada. Diga sim para você mesmo! Claro, pode abrir uma exceção aqui outra ali, mas lembre-se de se posicionar. Ou você prefere continuar comendo a balinha do cara estranho da esquina da escola? A maior parte das vezes, a escolha a sua!

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Pedras no sapato!



Quem nunca tirou uma pedra de dentro do sapato? Daquelas pequenas, mas que incomodam sabe?
Na nossa vida boa parte do tempo é assim, com pequenas pedras que se infiltram dentro dos nossos sapatos, sem que ao menos saibamos como foram parar ali!
É bem verdade que às vezes ao pisarmos na terra, pedras um pouco maiores entram e machucam os nossos pés. Mas como são grandes, a dor é forte, e logo as identificamos. E assim, podemos removê-las.
Ruim mesmo são essas tais pedras pequenininhas. Aquelas que se espremem bem no meio do calcanhar. Parece até que penetra na nossa pele de forma tal, que nem tirando os sapatos elas não saem. Essas, são as mais perigosas.
São pequenas, passam desapercebidas, só vão doer quando estão profundas, deixando feridas difíceis de curar.
Mas o que fazer? Não adianta. Em algum momento, vamos descuidar, e elas, sorrateiramente estarão ali, novamente nos incomodando.
Algumas situações, alguns sentimentos são como pequenas pedras. Muitas vezes na hora não percebemos algo de tão grave, mais vão machucando de pouquinho. Penetrando na pele levemente. Até que se transformam em machucados grandes, que deixam marcas para a vida toda. “Mas era uma pedrinha tão pequenininha...”. Pois é!
Aprendi a falar o que penso sem sobrepor minha opinião sobre a de ninguém. Aprendi a dizer o que sinto, tomando o máximo de cuidado para não magoar as pessoas à minha volta. Aprendi a respeitar o próximo, e saber conviver com as diferenças. Aprendi que amar é sempre melhor que a falta de amor. Apesar de que o excesso de amor, ou o amor direcionado de maneira incorreta, também pode não ser bom.
Não acerto sempre, por isso também tenho pedras no sapato. Mas, quem não as tem? Me conformar com elas? Nunca. Tudo aquilo que incomoda, machuca, maltrata, não faz bem, de uma forma ou de outra temos que tentar eliminar.
O que fazer então? Trocar o calçado? Não pisar na areia? Evitar alguns caminhos? Usar coturno? Meias até os joelhos? Quem sabe uma palmilha?
Felizmente ou infelizmente não existe uma fórmula secreta. Talvez o real “segredo” seja estarmos atentos, o máximo de tempo possível. Conectados com Deus, em paz com o universo, vigiando.
Não é preciso deixar de viver. Pise na areia se sentir vontade, use tênis sem meias, saia do asfalto de vez em quando, só não esqueça de limpar os pés antes de calçar os sapatos.
Mas não abuse: usar sandálias de dedo no meio da estrada de terra, pode ser fatal, então, vigie. Escolha os bons caminhos, utilize os métodos corretos, e continue caminhando. Pedras sempre vão existir, mas se estiver com o calçado apropriado e prestar bastante atenção onde deve pisar, mesmo que se machuque um pouquinho, vai ser tão rápido e superficial, que não dará tempo para deixar cicatriz!

Pedras no sapato, quem não as tem?

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Onde está a resposta?


Encontrar a resposta correta para nossas dúvidas cotidianas nem sempre é uma tarefa fácil! Trocamos de opinião dia após o outro, fazemos análises diversas, despertamos muitos pensamentos sem um fim determinado. Muitas vezes, tentamos encontrar a solução em alguma reportagem sobre o tema, em uma matéria daquele programa de variedades, em frases prontas de pensadores renomados, naquele bate papo com os amigos, enfim.
É importante ressaltar que as pessoas são diferentes, têm opiniões e prioridades diferentes, e nem sempre aquilo que serviu como resposta para o seu vizinho, é apropriado para você.
Como encontrar a resposta correta então? Como decidir que caminho tomar, que atitude adotar, o que fazer?
Todos os meios disponíveis para análise e pesquisa, dentre os quais alguns já citados, têm o seu valor. Entretanto, nem sempre conseguimos identificar as mensagens da maneira e no tempo apropriados. A busca por uma fé, a prática da meditação, manter a sua paz interior podem ajudar muito. Mas será que são suficientes?
Há muitos anos quando fiz uma prévia de estágio em uma agência de publicidade, perguntei a um profissional de onde ele tirava as ideias para tantas campanhas de sucesso. Imaginei que ele, tão instruído e com tanta visibilidade me responderia algo técnico e complexo de se desenvolver. Para a minha surpresa ele me disse: “As respostas estão todas aí, soltas no mundo. Basta você estar receptivo para percebê-las e saber como aplicar!”
Interessante. Desde este dia passei a considerar a frase com mais carinho: “as respostas estão todas aí, soltas no mundo. Basta você estar receptivo para percebê-las e saber como aplicar!” Fantástico!
Estar receptivo significa estar disposto, livre de julgamentos, propício a aceitar as respostas que “a vida” nos oferece. E a partir de então, ter a sabedoria necessária para saber aplicar aquilo se observou.
Parece simples, e é! Por isso torna-se difícil! O simples nem sempre é fácil de se realizar, perceber, desenvolver. Porque sua identificação é sutil, e se estamos muito preocupados em encontrar respostas mirabolantes, o simples passa desapercebido. Por isso é tão fundamental aprendermos a dar valor ao que realmente importa. Não somente para sermos seres humanos melhores, mas para evoluirmos nossos conceitos, e a partir daí, conseguirmos identificar os sinais que nos farão encontrar as respostas corretas que direcionarão toda a nossa vida!
Ter fé, paz, estar disponível para perceber as mensagens, desenvolver sabedoria para saber aplicar!
As respostas estão todas por aí, canalize suas energias e seus pensamentos da maneira correta, e como em um passe de mágica, elas virão uma a uma, a seu tempo, te ajudando a direcionar suas atitudes da maneira apropriada para que viva bem e feliz!
É simples...vale a pena tentar!




quarta-feira, 23 de julho de 2014

Sangrando!


Quando comecei a escrever, foi por necessidade. E assim o é, até os dias de hoje. Me expressar através dos meus textos, é uma forma de mostrar para às pessoas o que sinto. Quem eu sou! É uma maneira peculiar e “despretensiosa”de me sentir inteira.
Não escrevo para ser destaque, para elucidar certo glamour ou competência. Escrevo porque preciso, porque tenho na alma uma necessidade grande de comunicação, de troca.
Ultimamente tenho percebido muito intensamente como as pessoas têm medo de demonstrar seus sentimentos, abrir o coração, se expressar.
O amor é um sentimento tão sublime e especial que não consigo imaginar quem não o queira receber. Ser amado, é muito melhor do que não o ser. Ou não?
Amar é um ato de coragem. É uma forma de celebração, de reconhecimento daquilo que o outro tem de bom. E sempre tem!
Eu vivo o amor com a intensidade com a qual ele se manifesta. Aprendi a ter vergonha dos sentimentos “negativos”. Esses sim devem ficar presos dentro do peito, ou melhor soltos, fora da nossa alma. Não reduza nenhuma arte a atos de exibicionismo. É muito mais do que isso. Sempre é!
Essa mania de ser politicamente correto o tempo todo torna a vida muito sem graça. Sem gosto, sem, sem!! Não pode se expor, não quero me mostrar, os outros não devem saber...
Já pararam para pensar a quantidade de vezes que deixamos de viver ou fazer alguma coisa pensando no que o outro vai pensar? E o que eu sinto? E o que tenho para dizer, o que eu quero viver?
Gente por favor, vamos libertar nossos corações e nos preocupar menos com o que a tal sociedade vai falar. Há muitas outras formas de vaidade expressas em tantas outras situações mais relevantes, que acreditar que não se expor como uma maneira de se manter sóbrio e humilde em suas intenções é uma ilusão descabida!
Sinceramente, se o meu amor for capaz de produzir sentimentos positivos nas pessoas à minha volta, vou fazer questão sim de divulgá-lo, propagá-lo, fazê-lo ter a importância que merece. Não para ser manchete, mas para que tenha vida! O amor preso dentro do peito, o elogio que ninguém ouviu, a admiração velada, não fazem sentido algum. Sufoca quem sente, e frusta quem espera a manifestação.
Nenhuma de nós é completamente lúcido ou louco, reprimido ou exibido. Apenas existem formas diferentes de se fazer notar, amar, viver.
Eu tento fazer da vida algo especial, colorido, prazeroso. Prefiro os caminhos longos e bonitos aos curtos e sem graça. Sou assim! Preciso do toque, do cheiro, do abraço, do olho no olho, do algo mais! Tem quem viva de outra maneira...difícil de acreditar!
É como diz aquela música do Gonzaguinha: “Quando eu soltar a minha voz por favor entenda, que palavra por palavra eis aqui uma pessoa se entregando. Coração na boca, peito aberto vou sangrando. São as lutas dessa nossa vida que eu estou cantando...Quando eu soltar a minha voz por favor, entenda; é apenas o meu jeito de viver o que é amar”.
Canto a vida, canto as alegrias, os dissabores. Canto. Melhor do que não cantar e sofrer, é ter a coragem de soltar a voz, mesmo desafinando de vez em quando. Afinal, a perfeição é algo tão distante de alcançar. Porque me preocupar em demasia?
Escreva, cante, dance, declame. Se permita viver, sentir, verdadeiramente. Melhor viver e sentir, do que sentir e não viver o amor sentido. Pense nisso!



quarta-feira, 25 de junho de 2014

Hum...que pão!


Desde jovem ele sempre foi o “pão”do pedaço! Arrancando suspiros por onde passa! Elegante e sedutor, já foi chamado até de marajá! Eu, adoro!!
Quem não gostaria de ter um pão assim dentro de casa? Um “pão” de carne e osso, alma, e um coração maior que o mundo?
Saboroso como um pão de “minuto”, não é croissant mas é tão refinado quanto. Não é pão de mel, mas o seu “recheio”, hum, é melhor que doce de leite! (não resisti!).
Feito com farinha de primeira e ovos da granja, é o melhor pão que eu conheço! Aliás muita gente faria fila só para experimentar um pedacinho! (mas teria que travar uma guerra boa com a Izinha que cuida desta pão como ninguém!).
Este “pai”a quem hoje eu chamo de pão, é um presente na minha vida! E na vida de muita gente.
Com uma capacidade intelectual diferenciada, sempre foi generoso, e dividiu seus conhecimentos por onde passava. Formou-se administrador e assim criou sua família, mas é como professor que recebe os louros da alma! Com livro editado e admirado por onde passa, conquista, encanta, ensina. Mestre no conhecimento da carne, seus ensinamentos se diferenciam mesmo pela sabedoria espiritual! Muitas vezes fui surpreendida por um destes seus “alunos”que aos prantos agradecia pelo pai que eu tinha...mas ele é mmmeeeuuu, pensava!!!(ciuminho bobo!).
Com nome de apóstolo, meu pai (o pão!), sempre foi referência de honestidade, boa conduta, fé! Com ele aprendi valores como respeito, dedicação, disciplina.
Aprendi que pai e mãe são sagrados, merecem reverência, atenção, cuidado. (com muito prazer!).
Quando mais jovem, mais sério e exigente, ensinou a mim e meus irmãos o verdadeiro sentido da vida. Sempre dizia: “A maior herança que deixo para vocês é o estudo! Se deixar dinheiro e vocês não tiverem estudo podem por tudo a perder. Mas se tiverem estudo, podem construir o caminho próspero de vocês!” Hoje somos todos formados, pós-graduados e gratos. Ele nos fez assim! (ele e minha mãe querida!).
Meu pai sempre viveu para família! Tudo o que fez, conquistou, ganhou, foi para a família. De coração aberto, através de um esforço sublime, de uma dedicação sem igual. Sempre nos passou segurança, a certeza de que nenhum mal nos aconteceria porque ele estava ali para nos proteger! E sempre está!
Hoje mais suave e sensível, continuo aprendendo com ele. A ser paciente, humilde, resiliente, a nunca desistir. A lutar, independente das circunstâncias. A orar, e não reclamar.
Assim como o pão quentinho quando sai do forno, meu pai sempre deixa um bom perfume por onde passa, o que me faz ter um orgulho tremendo! Afinal, quem não gosta de pão?
Hoje ele virou pão, mas também poderia ser gato, pela quantidade de vezes que renasceu! (Deus sabe que não conseguiríamos viver sem ele!!) Meu pai tem uma vida diferenciada, com muita história de superação para contar! Coisa mesmo de super-herói.
Tá vendo só, tenho uma pai pão, gato, super-herói...só faltou ser presidente do Brasil! (quando crianças, em casa, sonhávamos que ele um dia seria o presidente do país. Se assim o fosse, certamente muita coisa estaria melhor! ).
Só por hoje imagine que você é um pão. Pão doce, pão de leite ou até pão integral. Examine a consistência da massa, o formato, o recheio. Mas perceba mesmo seu sabor. Saboreie, examine e se o gosto não estiver bom, troque os ingredientes, mude o fornecedor.
Eu indico esta receita nova, mas vou logo avisando: é muito difícil de concluir. Este pão a quem me refiro hoje, possui uma mistura muito especial, um ponto difícil mesmo de alcançar. Com todo respeito, não é para qualquer assistente de cozinha, tem que ser chef! Mas, eu se fosse você tentava aprender, afinal todo grande chef já queimou sua fornada ao menos uma vez na vida!
Esse pão, pai, pão, enfim...é uma delícia, eu garanto!!Vale a pena tentar...






quinta-feira, 19 de junho de 2014

O divórcio necessário!


Estes dias recebi um texto que me inspirou a respeito do tema. Um homem dizia estar se divorciando dos seus próprios sentimentos. De uma maneira sábia e peculiar. Achei interessante porque atualmente as pessoas se divorciam muito, umas das outras, quando na realidade, deveriam divorciar-se de si mesmas, dos sentimentos negativos e inoportunos que originam uma série de conflitos internos, e sociais.
Hoje proponho uma atitude diferente. Porque não iniciamos um processo de divórcio coletivo de tudo aquilo que nos faz mal, que nos atrapalha?
Deveríamos nos divorciar da impaciência que não nos permite muitas vezes desfrutar de momentos maravilhosos porque mudamos o curso antes mesmo de chegar ao destino previsto. Que nos impede de ajudar um filho em processo de desenvolvimento, ou mesmo nos causa uma série de enfermidades que nossa própria mente produz devida a impaciência que nos toma, nos angustia, nos consome.
Deveríamos mesmo é nos divorciar da hipocrisia que nos faz apontar o outro, quando na realidade nos comportamos de forma tão similar.
Deveríamos ainda nos divorciar da falta de amor, de caridade, de generosidade que nos deixa trancados em um mundo cor de rosa e nos impede de estender a mão a quem realmente precisa.
Deveríamos nos divorciar sim do descaso que nos permite aproveitarmos os frutos merecidos do esforço do nosso trabalho, e esquecemos que tem tanta gente passando necessidade e morrendo de fome bem na frente do nosso nariz. E mesmo assim, desperdiçamos dinheiro, comida, energia sem a menor culpa.
Deveríamos nos divorciar da maldade e do preconceito que nos impede de conhecer as pessoas como elas realmente são. Criando rótulos sem ao menos darmos a oportunidade de amar.
São tantos os sentimentos e atitudes que nos prendem a tantas energias negativas, que nos puxam para baixo, nos distanciam de Deus, que fica difícil até elencar.
Creio que quanto mais nos libertamos de tudo o que nos prejudica, e prejudica o próximo, o peso que carregamos sobre as nossas costas diminui, e assim como um maratonista que vai se livrando das roupas pesadas e dos acessórios inúteis ao longo do percurso, mais leves, conseguimos ir mais rápido, e mais longe.
Imagine que você é um atleta, e que precisa render o máximo que puder para vencer uma prova. Jogue fora o que não é bom, e focalize nas atitudes produtivas. Você verá que com um pouco de treino, o fôlego se estabiliza, os músculos se fortalecem, e a nossa mente se equilibra para nos levar a pontos inimagináveis.
Tenha a alma de atleta! Se divorcie, jogue fora, elimine. Quando nos desfazemos das coisas ruins, sobra espaço para tudo o que é bom, e chegar ao pódio, torna-se somente uma questão de tempo!




domingo, 18 de maio de 2014

Ê...SAUDADE!

Existem alguns momentos na vida da gente que é preciso cruzar territórios, sobrevoar novos oceanos, desbravar novas montanhas.
Existem épocas em que a necessidade de buscar o novo, conhecer o inusitado, viver o inesperado, te toca, te movimenta, te faz reviver. É hora de partir. Ou de chegar, como quem não procura, mas sempre encontra algo de bom.
Quem vai sente euforia, sente curiosidade, necessidade de se estabilizar. Quem fica sente um vazio, uma saudade, sente a lágrima escorrer de forma arbitrária e com vida própria.
Quem vai também sente a mesma dor, mas sentida de forma diferente. A lágrima cai, mas somente quando ninguém vê. O peito aperta, mas em um misto de tristeza com felicidade. A angústia aparece, mas logo a expulsamos, não há mais espaço para a dúvida, para o medo, para a incerteza.
Crer para ver. Lutar para conquistar. Amar para ser amado. Aqui, acolá, em qualquer lugar. Em todo lugar.
A saudade de quem vai, a saudade de quem fica. Aperta o peito, dói na alma, reflete nos olhos.
A saudade de quem vai, a saudade de quem fica, evidencia o amor, o encontro, o abraço distante.
A saudade de quem vai, a saudade de quem fica, evidencia a necessidade da voz, do toque, do calor.
A saudade de quem vai, a saudade de quem fica, valoriza o amor, a presença, torna cada um mais especial.
É como diz naquela música*: “A casa da saudade é o vazio. O acaso da saudade fogo frio. Quem foge da saudade preso por um fio, se afoga em outras águas, mas do mesmo rio.”
O amor não se nega, se chora, não se lamenta. O amor refletido pela saudade não se torna dolorido, mas crescente, renasce, engrandece.
Fugir da saudade, é renegar o sentido da falta, que contradiz o sentimento que a originou. Sendo assim, não fuja da saudade, não fuja de mim. Apenas sinta! Estarei em cada lágrima, em cada lembrança, em cada lugar. Estarão da mesma forma dentro de mim. Aqui, acolá.
Ah... saudade de quem vai! Ah... saudade de quem fica! Saudade...sinta!





*Música de Chico César e Paulinho Moska.

domingo, 13 de abril de 2014

Mulher, mulher, mulher...

Ser mulher não nada fácil!Além das repetitivas e sempre lembradas prendas do lar, temos as obrigações como mãe, esposa, profissional, atleta, economista, analista financeira, advogada, enfermeira e etc etc etc.
Se o filho se machuca, logo alguém pergunta: cadê a mãe? Se o marido fica doente, alguém questiona: “cadê a mulher que não cuida?” Se a casa está bagunçada, alguém critica: “cadê a “dona”desta casa? Que desleixo!”
Se o marido progride na profissão, o mérito é “só” dele. E se ele não se desenvolve: “a mulher deve fazer alguma coisa que o descontrola e não deixa ele ir pra frente! Certeza!”
Se tem comida demais em casa, a mulher é descontrolada, não restringe a alimentação da família. Se há uma alimentação mais saudável, naturalista, logo alguém observa que as crianças devem morrer de fome. (coitadas!)
Se o cartão de crédito vem alto demais, certamente foi a mulher quem gastou: claro! Afinal quem paga todas as contas, compra roupa e presente para a família inteira, vai no mercado, na farmácia...inusitado seria se fosse diferente.
Ufa! Lavar, passar, cozinhar, trabalhar fora, cuidar do marido, dos filhos, e ainda fazer academia!! Claro, mulher que usa a “desculpa”que não malha porque não tem tempo, é mesmo uma relaxada e não merece perdão!
Páraaaaa! Gente, por favor, é coisa demais. Cobrança demais, dentro e fora de casa. Por gente conhecida, e por gente que nem te conhece!
Mulher depois que vira mãe então, parece que não tem mais o direito de se divertir. Nem em festa de família! Onde todos se conhecem, são parentes, sabem quem são seus filhos, sabem que você é mãe deles, mas mesmo assim: “O quê, dançou sozinha e “largou”a criança cinco metros da sua frente, “abandonada”, essa mulher não tem coração.”
Como se mulher casada, com filho, não tivesse o direito e a necessidade de se divertir, relaxar um pouquinho de vez em quando. É não precisa ser sempre, “de vez em quando” já está bom demais!
O meu recado vai pra toda a sociedade que exige, cobra e critica as mulheres modernas que amam, procriam, cuidam da casa e ainda trabalham fora muitas vezes: não é fácil conciliar tudo, não é fácil lembrar de tudo, não é fácil ser forte, guerreira, batalhadora e eficiente em todas as áreas.
Apesar de sermos “super mulheres” não somos “super heroínas” de desenho animado. Temos sonhos, desejos, defeitos e necessidades que nos aproximam dos demais pobres mortais.
Por isso gritamos, nos descabelamos, dançamos até o chão sempre que dá! Por isso corremos quase todos os dias como umas loucas para levarmos os filhos na escola, e comemos chocolate toda vez que ficamos tristes ou ansiosas!
Somos mulheres com M maiúsculo, e apesar de não precisarmos de grande ajuda para realizarmos “todas”as nossas atividades cotidianas, ainda deixamos nossos companheiros com a impressão de que não fizemos nada o dia todo quando aparecemos lindas, perfumadas e suaves quando chegam pra jantar!
Não pedimos muito; pedimos respeito, pedimos auxílio, e até certa compreensão. Nosso grito é de desespero e nossa ansiedade é a busca por perfeição. Nossa loucura é nossa forma de sentir a vida, e a nossa alegria? A nossa alegria é saber, que mesmo com tantas cobranças e até dissabores, amanhã esta doida rotina começa novamente. Ah...feliz a mulher que tem uma família pra chamar de sua...ser mulher não é nada fácil...mas é bom demais! Vai entender!






terça-feira, 11 de março de 2014

JURANDIREANDO

Estes dias meu sogro fez aniversário, e descobri que aprendi um verbo novo: jurandirear!
Sabem aquelas pessoas, que estão sempre te ensinando alguma coisa, sem pretensão, muitas vezes sem a consciência, sem a intenção? O Sr Jurandir é assim! O convívio com ele é sempre um aprendizado, uma alegria, uma lição de vida!
Jurandirear é amar. Amar ao próximo, transferir amor, contagiar com o amor.
Jurandirear é se doar. Doar amor, doar o que tem, doar o que não tem. É tirar de si mesmo, para entregar ao outro, que pode estar precisando mais do que nós!
Jurandirear, é alegrar. Alegrar quem está ao seu lado, mesmo que a vida dê motivos para o desânimo.
Jurandirear é batalhar. Batalhar mesmo que com dificuldade.
Jurandirear é não desistir. Persistir, com força, garra.
Jurandirear é emocionar. Tocar a almar, aproximar de Deus.
Poderia dar vários significados para ao “verbo” jurandirear, tão cheio de riquezas, de sentidos.
Escorregar, e cair. E levantar, e cair novamente. E nunca desistir. Uma hora as coisas vão dar certo. Uma hora alguém “lá em cima” vai mudar o cativeiro, vai levantar a cabeça, vai fazer justiça completamente.
Jurandirear é isso, amar, se doar, alegrar, nunca desistir. Jurandirear é ter fé, é acreditar.
Jurandirear é ter a palavra certa, no momento exato, com a sabedoria devida. É com simplicidade, conseguir expressar os sentimentos mais complexos e os assuntos mais difíceis.
Jurandirear é vencer a cada dia, e vencer novamente se for preciso. Jurandirear, é saber viver!
É fazer de um problema, uma oportunidade de vida! Uma nova forma de crescimento.
É saber transformar o trovão, em batuque de escola de samba. É dançar “frevo” no meio da molecada, e conseguir se destacar mais do que as alegorias do carnaval. De forma avassaladora, e simples. Muito simples, humilde, sincera.
Jurandirear é conseguir reunir os “caquinhos esparramados pelo chão” e construir a partir deles estruturas poderosas, que fortalecem, embelezam, dão sustentação, a qualquer pobre mortal como nós!
Jurandirear é vida, que vence a morte, e vence a vida, novamente. É saber construir um arco-íris por onde passar, e deixar sempre um pote de ouro no coração de cada um, com quem tiver a felicidade de compartilhar!
Pudera cada um de nós conseguíssemos descobrir o verdadeiro sentido da vida, e reconhecer o valor da nossa existência, desta maneira tão sobrenatural.
Pudera muitos de nós fôssemos capazes de jurandirear ao menos um pouquinho. Ao menos uma vez por semana, ao menos uma vez na vida! Faria tão bem...
Que tomados destes sentimentos, possamos se não jurandirear, adrianear, maurianear, andreriar, por aí, por aqui, por todo lugar! Todo mundo deveria ter um pouco de Jurandir dentro de si, não deveria?






quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Fazer o bem, que mal tem?



Abrir concessões faz parte da vida. Faz bem para os relacionamentos, para o trabalho, para o convívio em sociedade, para a espiritualidade.
Entretanto, ao fazer concessões, não pense no benefício cedido ao outro. Pode criar um peso muito difícil de carregar, para você e para quem está a sua volta. Pense nas oportunidades de vida que surgirão, no amadurecimento adquirido, no aprendizado.
Conseguir abrir mão de algo ou alguma coisa em prol de outra pessoa ou de uma situação maior, faz muito bem. Porque aprendemos a controlar nossa vaidade, nosso orgulho, nossas necessidades superficiais, que muitas vezes mais atrapalham do que auxiliam, no nosso dia a dia.
Fazer o bem doando o que se tem de sobra tem seu mérito; mas difícil de verdade, é doar parte de você mesmo, sem esperar algo em troca. A recompensa é a própria evolução em si, não o que se adquire depois dela.
Fazer concessões pensando na retribuição do próximo pode ser muito desestimulante. As pessoas são falhas, e em algum momento, mesmo que seja por um único instante, de alguma forma, vão nos decepcionar. E neste instante, mesmo que com brevidade, pensaremos, será que valeu a pena tudo o que fiz?
Por isso que digo, que sempre vale a pena. Se não pelo outro, por você!
As pessoas, as situações, as dificuldades que se apresentam, não fazem a gente se perder. A decepção, a dor, o desespero, a angústia, estes sim é que nos cegam, nos impedem de superarmos fatos que muitas vezes nem são definitivos, a ponto de nos deixarem no chão. Sem esperança, sem vontade de seguir adiante.
Não perdemos para os outros, não perdemos para a vida, perdemos para nós mesmos. Manter o equilíbrio emocional, de alma, assegura uma mente mais sã, e um corpo repleto de energia.
Eu não faço questão de ser completamente sã, nem louca, só um pouco. A sanidade me dá a percepção correta sobre a vida, e a loucura, a percepção que gostaria de ter.
Reconhecer as nossas fraquezas, os nossos dilemas e anseios, retomar as rédeas da nossa vida, e seguir em frente, é a grande dificuldade.
Desistir é mais fácil. Mas para vencer, é preciso enfrentar os monstros que há dentro de nós, todos os dias. É preciso olhar no espelho com sinceridade e não desistir, de si mesmo.
Qualquer um pode desistir de você, menos você!
Qualquer um pode duvidar de você, menos você!
Qualquer um pode não gostar de você, menos você!
A luta interna certamente é muito maior do que qualquer guerra exterior que se apresente. O não a gente sempre tem, vá em busca do sim que você precisa. Verá que a dificuldade quando conhecida e controlada, não te derruba, não te amedronta, mas te fortifica!