Sabe aquela música que
diz: “Ando devagar porque já tive pressa, e trago este sorriso porque já chorei
demais...” além de ser de grande profundidade, é uma máxima que se reafirma a
cada dia.
Já pararam para
observar que estamos sempre correndo. Indo, ou vindo de algum lugar, e nunca
conseguindo aproveitar nada direito? Às vezes tenho a impressão que caminho
sobre uma esteira elétrica, que só me cansa e não traz benwww.drikaflores.blogspot.comefício para a alma.
(nada como caminhar ao ar livre, desfrutar das belezas de um Parque como o
Ibirapuera!).
O mundo atual nos exige
uma série de compromissos. Parece que ter uma vida tranqüila, sem stress ou
correria virou um pecado. Não temos mais o direito de “escolher” o que queremos
fazer, na melhor hora, da maneira mais confortável. Temos que ir “no embalo”. Ter
a vida toda projetada com 30 anos de antecedência, como se isso fosse garantia
de alguma coisa.
Sinceramente ando meio
cansada desta exigência de ser politicamente correta, profissionalmente
admirável, promissora, capaz. Cada vez mais chego à conclusão que o bom mesmo é
ser feliz. O resto é sim vaidade.
Diariamente vejo
pessoas prejudicando a própria saúde para satisfazer prazeres efêmeros que não
justificam o sacrifício. Sem perceber acabamos estragando o que estava bom, na busca
incessante de ser alguém melhor. A tal vaidade que não se limita aos
procedimentos da cirurgia plástica, mas a que ultrapassa os limites do físico e
contamina a alma.
Precisamos estar
atentos aos sinais que a vida nos envia, e respeitá-los com cuidado. Saber a
hora de puxar do freio, descansar o espírito, se tratar.
A cada dia novos
procedimentos cirúrgicos aparecem para nos tornarmos mais belos, novos produtos
“naturais” são descobertos para prolongar nossa saúde por mais tempo, novas
atividades profissionais advêm para capacitar todo tipo de profissional a se
enquadrar no mercado de trabalho, e ainda assim, continua morrendo muito mais
gente por enfermidades desconhecidas, acometidas por doenças que “somatizam”
dores da alma, sem um emprego decente que justifique tanto esforço. Não parece
contraditório e até sarcástico?
Como pode uma sociedade
se tornar escrava das próprias descobertas, dos próprios anseios, dos próprios
valores? Estes dias me senti escrava de minhas próprias ambições. Percebi que
ignorei os sinais que o meu corpo estava enviando, e por conseqüência adoeci. A
busca tão incessante por alguma coisa que muitas vezes nem sabemos ao certo o
que é nos torna cegos e ignorantes diante das situações que se apresentam.
Não devemos nos culpar
demais, nos exigir demais, nos sacrificar demais. Bom mesmo é fazer as coisas
com prazer, com calma, com amor. Devemos fazer a nossa parte como quem não
espera nada em troca, e saber que a real felicidade está no caminho percorrido,
não necessariamente no fim.