quarta-feira, 23 de julho de 2014

Sangrando!


Quando comecei a escrever, foi por necessidade. E assim o é, até os dias de hoje. Me expressar através dos meus textos, é uma forma de mostrar para às pessoas o que sinto. Quem eu sou! É uma maneira peculiar e “despretensiosa”de me sentir inteira.
Não escrevo para ser destaque, para elucidar certo glamour ou competência. Escrevo porque preciso, porque tenho na alma uma necessidade grande de comunicação, de troca.
Ultimamente tenho percebido muito intensamente como as pessoas têm medo de demonstrar seus sentimentos, abrir o coração, se expressar.
O amor é um sentimento tão sublime e especial que não consigo imaginar quem não o queira receber. Ser amado, é muito melhor do que não o ser. Ou não?
Amar é um ato de coragem. É uma forma de celebração, de reconhecimento daquilo que o outro tem de bom. E sempre tem!
Eu vivo o amor com a intensidade com a qual ele se manifesta. Aprendi a ter vergonha dos sentimentos “negativos”. Esses sim devem ficar presos dentro do peito, ou melhor soltos, fora da nossa alma. Não reduza nenhuma arte a atos de exibicionismo. É muito mais do que isso. Sempre é!
Essa mania de ser politicamente correto o tempo todo torna a vida muito sem graça. Sem gosto, sem, sem!! Não pode se expor, não quero me mostrar, os outros não devem saber...
Já pararam para pensar a quantidade de vezes que deixamos de viver ou fazer alguma coisa pensando no que o outro vai pensar? E o que eu sinto? E o que tenho para dizer, o que eu quero viver?
Gente por favor, vamos libertar nossos corações e nos preocupar menos com o que a tal sociedade vai falar. Há muitas outras formas de vaidade expressas em tantas outras situações mais relevantes, que acreditar que não se expor como uma maneira de se manter sóbrio e humilde em suas intenções é uma ilusão descabida!
Sinceramente, se o meu amor for capaz de produzir sentimentos positivos nas pessoas à minha volta, vou fazer questão sim de divulgá-lo, propagá-lo, fazê-lo ter a importância que merece. Não para ser manchete, mas para que tenha vida! O amor preso dentro do peito, o elogio que ninguém ouviu, a admiração velada, não fazem sentido algum. Sufoca quem sente, e frusta quem espera a manifestação.
Nenhuma de nós é completamente lúcido ou louco, reprimido ou exibido. Apenas existem formas diferentes de se fazer notar, amar, viver.
Eu tento fazer da vida algo especial, colorido, prazeroso. Prefiro os caminhos longos e bonitos aos curtos e sem graça. Sou assim! Preciso do toque, do cheiro, do abraço, do olho no olho, do algo mais! Tem quem viva de outra maneira...difícil de acreditar!
É como diz aquela música do Gonzaguinha: “Quando eu soltar a minha voz por favor entenda, que palavra por palavra eis aqui uma pessoa se entregando. Coração na boca, peito aberto vou sangrando. São as lutas dessa nossa vida que eu estou cantando...Quando eu soltar a minha voz por favor, entenda; é apenas o meu jeito de viver o que é amar”.
Canto a vida, canto as alegrias, os dissabores. Canto. Melhor do que não cantar e sofrer, é ter a coragem de soltar a voz, mesmo desafinando de vez em quando. Afinal, a perfeição é algo tão distante de alcançar. Porque me preocupar em demasia?
Escreva, cante, dance, declame. Se permita viver, sentir, verdadeiramente. Melhor viver e sentir, do que sentir e não viver o amor sentido. Pense nisso!