Tenho
escrito
muito
pouco ultimamente,
mais
observando
as pessoas, tentando
compreender
algumas
situações,
alguns
comportamentos…
Por
vezes me sinto só, pouco deprimida, desapontada talvez. Estou longe
de ser uma pessoa perfeita, até porque ninguém o é. Mas tenho
visto tanta coisa acontecendo no mundo que confesso, ando um pouco
assustada.
Certa
vez fui à igreja, e decepcionada com um acontecimento específico
falei com Deus: “Senhor, ajuda-me, não queria ver isso tudo
acontecendo…”. Qual não foi a minha surpresa ao escutar: “Você
ainda vai ver muita coisa minha filha, que não gostaria de ver…”.
É, penso que este dia chegou…
Sou
uma jovem que às vezes se sente velha, e uma velha que se sente
jovem. Procuro ser espiritualizada, mas muitas vezes sou contra muita
coisa que as religiões impõem. Sou a favor de falarmos sobre os
sentimentos como forma de melhorar nossa relação com as pessoas,
entretanto, tenho visto tanta coisa desnecessária sendo dita, que
por vezes prefiro ficar calada…enfim, são as contradições desta
vida que me fazem sentir como uma forasteira, estranha ao mundo que
vejo.
Penso
que a grande vantagem de ser jovem, é que temos a desculpa da idade
para justificar nossos erros. Já quando somos velhos…
Penso
que a grande vantagem de ser velho, é que não precisamos usar
desculpas, temos coragem para assumir os próprios erros. Não?
Percebo
na verdade que essa questão da idade, da religião, enfim, é
extremamente relativa. Penso que melhor seria buscarmos o alcance da
sabedoria e do entendimento espiritual.
Mas
quem sou neste mundo? Uma meio jovem, meio velha, meio religiosa,
meio revolucionária! Será que mereço crédito?
Bem
sabia Jesus Cristo que nem todo o ouro nem toda a prata deste mundo
seriam suficientes para comprar a paz, o amor, a fé! Vejo pessoas se
degladiando por posições, status, poder. Que nunca são
suficientes. Aquele que trabalha, sempre quer mais. Aquele que
recebe, nunca está satisfeito. Aquele que não tem, sempre quer o
que não é seu. É…forasteira sou no mundo.
Não
consigo muito bem entender os juízos de valor que são empregados
nas grandes empresas. Onde o trabalho e o dinheiro vêm em primeiro
lugar. A satisfação pessoal em segundo. E a fé, o amor, a
família…ah a família…o que é família mesmo?
Hoje
em dia até as definições de família são discutidas no Congresso!
Como se o homem tivesse esse poder sobre o amor.
Por
vezes choro, outras rio sozinha…interessante ver a quantidade de
gente que acha que sabe tudo, e no fundo tem tanto para aprender…Ao
mesmo tempo, tem tanta gente boa que não faz idéia do quanto é
útil para a humanidade…
E
o que dizer dessas pessoas que se atiram em meio aos oceanos, com
mulher, filhos, tentando chegar em algum lugar, buscando um destino
que ao menos sabem onde fica? Desespero! Angústia! Pedidos de
socorro! Esperança de uma vida melhor! Esperança de vida! E ainda
tem aqueles que se sentem na condição de julgar...
Valores
invertidos, interesses individuais sobrepostos ao interesse geral. As
pessoas fazem guerra em nome do amor. Provocam ódio em nome da paz.
Utilizam o rancor para justificar a ganância. Julgam a prepotência
do outro, mas são incapazes de olhar para o próprio umbigo!
No
mundo moderno as pessoas trabalham, trabalham, juntam dinheiro,
juntam dinheiro, e perdem a paz. Será essa uma troca justa?
Quanto
mais eu vivo, mais velha fico, e mais jovem quero ser! Talvez não
seja vantagem crescer. Tenho aprendido muito mais com as crianças,
do que com os adultos ultimamente.
É,
forasteira sou no mundo…mundo cheio de ilusões…Trabalhamos por
um dinheiro que muitas vezes não vem, perseguimos um status que é
volátil como o apagar de uma chama, buscamos uma vaidade relativa,
que nunca será unanimidade…
É,
forasteira sou no mundo, e quero continuar assim!