E aí, resolveram
homenagear todas as mulheres com um dia especial, em demonstração
de reconhecimento a todo esforço, dedicação e papel exercido na
sociedade...Mulheres fortes, mães e pais de família, provedoras do
lar, do amor, pilares da sociedade. Mulheres referência de vida, de
conduta, de orientação, de luta, de vitórias. Incontestável
merecimento.
Incrível é perceber
como ao mesmo tempo dotadas de tantas qualidades, ainda temos tanta
dificuldade em lidar com algumas questões comportamentais. Nesse Dia
Internacional da Mulher, além de prestar minha homenagem,
resolvi abordar o tema sob outra ótica, provocando a reflexão e
instigando a mudança de alguns comportamentos.
Muitas vezes, nós
mulheres nos queixamos demasiadamente sobre a questão do machismo,
de acordo com nossa conveniência, e de fato nem sempre fazemos
efetivamente alguma coisa para mudar. Em dias onde há homens que
cuidam da casa e mulheres que sustentam a família, casamento
homossexual, transsexuais, qualquer tipo de comparação entre os
gêneros perde até o sentido.
Esses dias andei
pensando: nosso papel de mulher é sim muitas vezes ingrato, mas
outras tantas é tão especial. Claro que há a tão mencionada
desigualdade profissional, de salários e etc., o estigma de ser sexo
frágil... As exigências de um padrão de beleza, de um
comportamento “adequado” perante a sociedade. A dificuldade de
ascensão em algumas profissões mais brutas, e a tendência a sempre
nos conduzirem ao caminho do “feminino”, e do fútil talvez.
Mas em contra partida
há a reverência a maternidade, ao sexto sentido, ao fator de sermos
multidisciplinares, enfim.
Então te pergunto
porque acirrar a polêmica sobre o machismo e não fazer efetivamente
algo para mudar? É, porque quem ainda na maioria das vezes é a
principal pessoa do vínculo familiar responsável pela criação dos
filhos? A MULHER. Quem é umas das primeiras pessoas a criticar a
namorada desleixada e gorda que não está a altura do seu filho
lindo, elegante, perfeito? A MULHER. Quem é a primeira a torcer o
nariz para a amiga da sua filha que anda com saia curta demais
“provocando” a reação descontrolada dos homens da família? A
MULHER. Quem muitas vezes critica a filha da vizinha que vive na
balada falando para as amigas que com esse comportamento livre e
vulgar ela não conseguirá arrumar um namorado que a leve a sério?
A MULHER. Quem é que justifica a traição do marido da sua amiga
com o pensamento: ah, mas ela estava tão fora de forma. A MULHER.
Será que essas atitudes não contribuem para disseminar exigências
de um padrão de beleza, um comportamento passivo, contaminado de
preconceito?
Gente...vamos acordar!
Será mesmo que o machismo vem sempre dos homens? Claro
que nem todas pensamos assim. Ainda bem. Mas acredito que nós
sofremos o reflexo de uma realidade machista que muitas vezes nós
ajudamos a criar, sem perceber.
Nesse Dia Internacional
da Mulher, assuma sua condição de fêmea, sensível ou não, forte
ou não, batalhadora ou não, frágil ou não. Mas se assuma. Sou
mulher. Sou responsável pela minha família. Posso colaborar para
criar um mundo melhor. Posso seguir a opção sexual que eu
quiser, da maneira que quiser, e estou disposta a encarar o mundo por
isso. Se posicione, por você. Pelas coisas que te fazem bem. Não
importa que isso reflita um comportamento frágil se essa for sua
essência. Peça para abrir a porta do carro e pagar a conta, se
isso for importante para você. Se não fizer diferença, tudo bem.
Mas não se prenda ao que diz e pensa a “sociedade”. Porque se
pensar que a sociedade também é você, o ônus e o bônus também
estão nas suas mãos.
Seja livre. Comece por
você, pela sua casa, pela sua família. Se faça respeitar pelo que
representa, não pelo gênero que possui. Use seu corpo para seduzir
e ter prazer dentro das suas relações de afeto pessoal, não no
trabalho. Crie seus filhos de maneira que eles respeitem as pessoas
simplesmente pelo fato de elas existirem, independente do gênero e
de seus posicionamentos na vida.
Ensine e aprenda a
conviver com as diversidades. Não tente difamar uma mulher bonita só
porque você tem inveja. Se ela não tiver valor, a beleza física é
o que menos importa. Se cuide, se trate, se ame.
Aproveite esse dia para
recordar a importância da sua posição de fêmea, influenciadora
de vidas, de destinos, de valores.
E por fim, não
compita com os homens. Não existem gêneros melhores nem piores.
Existem pessoas, tentando ser felizes, de maneira “complementar”!