sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Força na peruca...


Ultimamente tenho reparado como boa parte das pessoas se acha politicamente tão corretas, como se fossem exemplos vivos da dignidade, da verdade, da competência, do saber... Como diz minha amiga Val: “Hello!”.
Pelo amor de Deus... Em boca fechada não entra mosquito, quem fala o que quer ouve o que não quer... Presta atenção...
Em época de “tempos modernos” onde se leiloa a primeira noite de amor, se vende ideias pela internet, se compra roupas em sites do exterior, ainda sobra moral para se julgar o outro? A vida do outro, a roupa do outro, o corpo do outro, a celulite do outro, o tamanho do nariz do outro... Não dá...
Claro que não sou cega e percebo uns exageros aqui e outro ali, mas isto não me dá o direito de sobrepor o meu pensamento à vida de ninguém.
Quando pequena, eu sofria muito com comentários que não atendessem às minhas expectativas, ou que me denegrisse de qualquer forma que fosse. Me trancava no banheiro e chorava em frente ao espelho (esta parte era cena!). Acreditava que o mundo estava contra mim. Um dia veio uma luz: “... Ou desisto e aceito que sou fraca e o mundo todo tem razão, ou dou a volta por cima e mostro pra mim mesma, que sou melhor, superior, vencedora.”.
Resolvi dar a volta por cima. Passei a encarar os desafios como uma forma de superação, e assim como no vocabulário chinês, o significado de crise, tornou-se oportunidade. Oportunidade pra crescer, aprender, transformar o que não está bom. Desapegar do que não agrega descobrir o que realmente faz sentido.
Descobri que os outros sempre vão ter um comentário contrário, desanimador. É só manifestarmos uma fragilidade que sempre alguém faz questão de ressaltá-la. Sempre vai existir alguém que não fique tão feliz com a minha vitória, com a minha aparência, com a minha maneira de viver. E DAÍ? As pessoas podem desistir de mim, as pessoas podem não me apreciar, as pessoas podem ir contra as minhas intenções, mas eu não tenho este direito. Eu sou a única que não posso desistir de mim mesma. Se um dia isto acontecer, é melhor não mais estar por aqui.
Trágico, melancólico, romântico demais? Real, fatídico, ponto! Tem tanta coisa em tanta gente que não gosto de observar e não falo nada! A se eu fosse comentar tudo o que penso! Melhor prestar atenção em outra coisa, reparar na paisagem, mascar um chiclete, sei lá!
Sinceridade não é sinônimo de desrespeito, de falta de consideração com a emoção do outro. Sinceridade não é falar tudo o que pensamos doa a quem doer e pronto. Ser sincero é ter coerência entre ações e discursos, ser sincero é ter princípios, é falar o que sente sem magoar o outro. Ser sincero é não criar falsas expectativas por omissão ou desvio de conduta.
Como disse Gabriel Garcia Marquez: “Se por um instante Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapos e me presenteasse com mais um pedaço de vida, eu aproveitaria este tempo o mais que pudesse. Possivelmente não diria tudo o que penso, mas definitivamente, pensaria tudo o que digo”.
Fica a dica!

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Passeio no Parque


Há alguns dias adquiri o hábito de caminhar no parque. Exercita o corpo, beneficia a alma, alivia as tensões, enrijece os músculos.
Caminhando pelo parque pude observar as variações de pessoas que lá frequentam, e cheguei à conclusão de que “existem um bando de loucos”, sem querer fazer trocadilho ou alusão a nenhuma torcida de futebol.
Vou dar alguns exemplos: todo dia tem um homem aparentando uns 45 anos que caminha falando ao celular, falando não, gritando ao celular. Umas conversas estranhas sobre paranoia, agrotóxico, umas “paradas sinistras” de quando se está em abstinência de alguma coisa que até o momento acredito eu não seja algo lícito pelo tom da conversa que ele desenvolve. Ele vai passando, as pessoas vão se cutucando, uns ficam com medo, outros dão risada, e quando ele não vai certamente o ambiente perde um pouco a animação.
Sem falar na quantidade de pessoas alcoolizadas e transeuntes que acabam passeando por lá. Às vezes me pergunto se entraram no parque por acaso, ou se há alguma adega clandestina escondida sob alguma árvore frutífera daquelas enormes? Certa vez vi um homem alcoolizado vestido com calça jeans e camisa social, correndo, trançando as pernas... Ele foi tropeçando, tropeçando, até que caiu no chão e se ralou todinho. Fico me perguntando, será que ele estava em horário de almoço, bebeu demais e resolveu dar uma corridinha acreditando que o álcool iria evaporar rapidamente através do seu suor?
Melhor é ver a senhorinha de meia idade que veste o body florido da filha mais velha e vai toda “justinha” passear na floresta. Bom mesmo é observar os garotos magrinhos com seus possantes skates que fazem manobras radicais e assustam os velhinhos que passeiam com suas enfermeiras “pacientes”.
Bom é sorrir com o gordinho que anda 500 metros e para logo pra tomar um sorvete, e ver a magrinha que se acha gorda dar tantas voltas no parque que chega a amolecer as pernas de tanta fraqueza. O lago cheio de patinhos, o cheiro das árvores que balançam com o movimento do vento, os caminhões cheios de entulho que mesmo no meio daquela natureza toda, nos fazem lembrar que lá fora, o mundo não pára.
É... Passear no parque não é somente uma forma de exercitar o corpo, brincadeiras a parte, olhar para o lado e enxergar as pessoas a nossa volta, é uma forma sensacional de exercitar o senso comum, a tolerância, a paciência, o preconceito, a caridade. Muito provavelmente estes mesmos tipos de pessoas “passem” pelo nosso caminho diversas vezes por dia, mas não percebemos porque estamos ocupados demais com nossos próprios devaneios. Faz bem perceber que o mundo é feito de vários tipos de pessoas, de várias classes sociais, com hábitos diferentes, mas que podem conviver em um mesmo ambiente se houver uma palavrinha mágica chamada respeito.
No fim o que importa não é a forma como as pessoas se apresentam, mas a maneira como olhamos para as pessoas que se apresentam no nosso caminho. Se seu olhar for solidário, generoso, despretensioso qualquer dia da sua vida pode ser como um belo passeio no parque. Basta exercitar...



sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Toda forma de amor vale a pena?



Toda forma de amor vale a pena?

Dizem que toda forma de amor vale a pena. Concordo que, se tiver que existir algum sentimento, que seja amor. Mas será que o amor não está sendo deturpado, confundido, ou até sendo usado como desculpa como forma de nos inocentar, isentar ou justificar por alguns erros cometidos?
Hoje em dia se mata “por amor”, se violenta “por amor”, se destrói “por amor”. É o namorado que mata a “amada” porque levou um fora. É o padrasto que mata o enteado pelo “amor” não correspondido da ex-mulher. É mãe que abandona filho por “amor” ao novo namorado. É homem que suicida “por amor” a Deus. Tantas coisas. Se isso tudo é amor, o que será ódio, revolta, perdição, desespero?
Tem gente ainda que comete equívocos ainda maiores justificando a falta de amor! Se em nome do amor se faz coisas absurdas, imagina na ausência dele, o que ser humano é capaz de fazer?
Matar os pais em troca de herança, raptar crianças inocentes em troca de resgate, atirar nos colegas de classe porque não teve a atenção desejada e por aí a fora.
Só que as situações não se originam nesta gravidade, de uma hora para outra. Tanto por excesso de amor, como pela falta dele, o excesso ou ausência do sentimento, vai se agravando aos poucos, dia após dia. E é importante que tenhamos essa consciência, este senso de responsabilidade.
Nós como sociedade somos parte responsável quando contribuímos para o crescimento do preconceito, do chamado “bulling” mesmo inconsciente. Quando implantamos dogmas de forma tão severa que ao invés de ensinar, cria a distância do amor divino. Quando sonegamos sentimentos ao invés de sermos sinceros. Quando mascaramos as dificuldades de um convívio comum ao invés de tentarmos lidar com as diferenças.
E nós como pais, temos um papel maior ainda. Porque somos responsáveis proporcionalmente, pela formação de uma nova sociedade. Somos responsáveis por repassar “valores” equivocados, que segregam e não unem que punem e não corrigem que tolhem e não auxiliam no desenvolvimento.
Os filhos são machistas, porque as próprias mães muitas vezes são machistas. As filhas são inseguras como mulher, porque muitas vezes, o próprio pai as coloca em condição de desigualdade dentro da sociedade. E vice-versa.
O medo da violência, das dificuldades do dia-a-dia, da competitividade, das modernidades que incluem variações sexuais, de ideologia e comportamento social e no trabalho, assusta claro! Mas camuflar ou rejeitar a sua existência não vai resolver o problema, pelo contrário. Enxergar a realidade e tentar lidar com ela de forma tolerante e real, não quer dizer que concordamos com tudo o que está sendo feito ou dito por aí.
Um ser humano esclarecido tem habilidade para lidar melhor com as diferenças que vão aparecer, e certamente, terá base para saber dizer os nãos necessários que a vida o obrigará a definir. Quanto maior o preconceito, maior a solidão. E quanto maior a ignorância, maior as chances de escolhermos um caminho ruim.
Toda a forma de amor deveria valer a pena. Desde que fosse realmente amor e não um outro sentimento qualquer disfarçado; que incrimina, destrói, puni, traz promiscuidade, vingança, dor.
Se de forma sincera, real, e responsável, toda a forma de amor sim deveria valer a pena, é como disse Vinícius de Moraes: “De tudo, ao meu amor serei atento antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto que mesmo em face do maior encanto, dele se encante mais meu pensamento... Eu possa lhe dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure”.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

POEMA DO “SINCERICÍDIO”



Não me julgue pelo meu sorriso, pelo meu cabelo, pelo meu rebolar.
Não me julgue pela minha falta de experiência, pelo meu jeito desajeitado de me explicar.
Não me julgue pela minha pouca idade, ou pelo excesso de “alegria” que posso possuir.
No fundo sou menina que tenta se descobrir.
Sei que posso ser errada e até inconveniente.
Mas não faço por vaidade, isto é evidente.
Meu sorriso é verdadeiro, meu abraço muito mais.
Não duvide da minha amizade e de tudo que ela trás.
Não imagine que a minha ausência é falta de consideração.
Às vezes tive um problema, não foi falta de atenção.
Não interprete minhas respostas como desaforo ou afronta.
Não sou feita de aço, nem sou bicho em quem se monta.
Sei que somos diferentes, mas podemos conviver,
Respeite meus sentimentos que o amor vai florescer.
Respeito nossas diferenças e até opiniões,
Só não faça das minhas verdades motivo de discussões.
Sei que ás vezes é conturbado esse jeito de amar,
Mas no fundo me sinto amada mesmo quando quer criticar.
Parece louca esta forma torta de demonstrar um sentimento,
Mas também tenho amor forte bem dentro aqui do peito.
Sou simples e verdadeira, carinhosa e leal,
Não me afaste de forma grosseira sem me conhecer afinal.
Não ache que meu nariz empinado e o meu sorriso maroto,
É uma forma leviana de amar, de “dar o troco”.
Sou feliz e vaidosa por vocação não por revolta,
Sou firme porque tenho opinião não porque sou grossa.
Geralmente sou doce e agradável, gentil e até provocante,
Só não pise no meu calo, pode ser “horripilante”!
Mas no fundo é tudo brincadeira, tudo besteira, alucinação!
Preciso mesmo é de carinho, chamego e compaixão.
Abra um espaço no seu peito, e me deixe entrar.
Vou te conquistar de um jeito que você vai até gostar...

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Minha Oração


MINHA ORAÇÃO

Pai amado eu venho te pedir que, me ajude em meio à correria do dia a dia, a identificar e interpretar seus sinais para que melhor eu possa fazer a tua vontade.
Venho te pedir Meu Deus, que me mostre os melhores caminhos, que direcione os meus pensamentos e transforme meus sentimentos para que eu viva com alegria cumprindo os dizeres da tua palavra.
Que eu possa fazer a diferença positiva na vida daqueles que me cercam, e que apesar dos meus muitos defeitos, possa dar um bom testemunho.
Que o Senhor com sua imensa paciência, possa compreender minhas fraquezas e me ajudar a superá-las todos os dias para que me torne um ser humano melhor.
Que eu consiga Senhor desempenhar todos os papéis que de mim são esperados dentro desta sociedade como serva tua, como mãe, esposa, filha, nora, parente, amiga...
Que o Senhor me cubra com os teus dons não para me engrandecer, mas para que com humildade eu reafirme a tua presença na minha vida todos os dias.
Que o Senhor me dê entendimento Pai, para compreender todas as verdades e que assim eu possa ser justa.
Que o Senhor me guarde, guarde a minha família e amigos, e nos dê tranqüilidade, para que apesar de tanta violência neste mundo nós possamos viver em paz.
Neste dia Pai eu peço que abra os meus olhos espirituais para que consiga compreender com a alma o que com os meus olhos materiais muitas vezes eu nem observo.
Que o Senhor possa colocar a palavra doce nos meus lábios, a paciência devida para aguardar o momento certo de todas as coisas, a calma necessária para apaziguar as tempestades.
Que o Senhor neste dia me dê sabedoria, fé e perseverança para que eu não desista de buscar os meus sonhos e desta forma me mantenha viva verdadeiramente.
Amém!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Sinais...




Sabe aquela música que diz: “Ando devagar porque já tive pressa, e trago este sorriso porque já chorei demais...” além de ser de grande profundidade, é uma máxima que se reafirma a cada dia.
Já pararam para observar que estamos sempre correndo. Indo, ou vindo de algum lugar, e nunca conseguindo aproveitar nada direito? Às vezes tenho a impressão que caminho sobre uma esteira elétrica, que só me cansa e não traz benwww.drikaflores.blogspot.comefício para a alma. (nada como caminhar ao ar livre, desfrutar das belezas de um Parque como o Ibirapuera!).
O mundo atual nos exige uma série de compromissos. Parece que ter uma vida tranqüila, sem stress ou correria virou um pecado. Não temos mais o direito de “escolher” o que queremos fazer, na melhor hora, da maneira mais confortável. Temos que ir “no embalo”. Ter a vida toda projetada com 30 anos de antecedência, como se isso fosse garantia de alguma coisa.
Sinceramente ando meio cansada desta exigência de ser politicamente correta, profissionalmente admirável, promissora, capaz. Cada vez mais chego à conclusão que o bom mesmo é ser feliz. O resto é sim vaidade.
Diariamente vejo pessoas prejudicando a própria saúde para satisfazer prazeres efêmeros que não justificam o sacrifício. Sem perceber acabamos estragando o que estava bom, na busca incessante de ser alguém melhor. A tal vaidade que não se limita aos procedimentos da cirurgia plástica, mas a que ultrapassa os limites do físico e contamina a alma.
Precisamos estar atentos aos sinais que a vida nos envia, e respeitá-los com cuidado. Saber a hora de puxar do freio, descansar o espírito, se tratar.
A cada dia novos procedimentos cirúrgicos aparecem para nos tornarmos mais belos, novos produtos “naturais” são descobertos para prolongar nossa saúde por mais tempo, novas atividades profissionais advêm para capacitar todo tipo de profissional a se enquadrar no mercado de trabalho, e ainda assim, continua morrendo muito mais gente por enfermidades desconhecidas, acometidas por doenças que “somatizam” dores da alma, sem um emprego decente que justifique tanto esforço. Não parece contraditório e até sarcástico?
Como pode uma sociedade se tornar escrava das próprias descobertas, dos próprios anseios, dos próprios valores? Estes dias me senti escrava de minhas próprias ambições. Percebi que ignorei os sinais que o meu corpo estava enviando, e por conseqüência adoeci. A busca tão incessante por alguma coisa que muitas vezes nem sabemos ao certo o que é nos torna cegos e ignorantes diante das situações que se apresentam.
Não devemos nos culpar demais, nos exigir demais, nos sacrificar demais. Bom mesmo é fazer as coisas com prazer, com calma, com amor. Devemos fazer a nossa parte como quem não espera nada em troca, e saber que a real felicidade está no caminho percorrido, não necessariamente no fim.




sexta-feira, 15 de junho de 2012

A corda e o equilibrista



Por estes dias fiquei pensando como é difícil a função do equilibrista, que é capaz de abstrair tudo à sua volta, e manter-se firme sobre uma fina corda, que tenta derrubá-lo a todo instante, movimentando-se de forma sutil, mas suficiente para provocar quedas de alturas destruidoras.
Ele consegue manter-se firme sobre as cordas porque mantém o foco no seu objetivo não se deixando abalar pelos comentários da platéia: “ai Meu Deus... a corda tá balançando...”; “... Ai vou fechar meus olhos, não quero nem ver a hora que ele despencar lá de cima...”.
Muita dedicação, técnica avançada através de muito treino, amor pela atividade, paixão pelo lúdico, mas principalmente, autocontrole, equilíbrio “interior”. Por mais que ele saiba de sua técnica apurada, se ele desmerecesse o risco, certamente cairia no primeiro passo.
E quanto mais o tempo passa, mais posso concluir que o equilíbrio é a chave que abre as portas dos caminhos mais seguros, mais sensatos, mais prósperos, mais humanos. Ter equilíbrio para decidir passos importantes na vida, e até para definir pequenas coisas do nosso dia a dia, faz toda a diferença. Para o corpo, e principalmente para a alma.
Já dizia aquela frase “mente sã corpo são”. O que alimenta a alma acaba “nutrindo” com mais eficácia o nosso próprio corpo. Por isto existem “alimentos” que somente o lúdico pode proporcionar.  Tentar manter equilíbrio nas decisões das nossas vidas é um bom começo.
Quanto mais estudo, mais aprendo percebo que menos eu sei. Sempre tem algo novo para despertar, um novo assunto sob nova ótica visto sobre os olhos de outro observador... Não consigo entender como algumas pessoas ainda acreditam na verdade absoluta, no ideal unilateral. A divergência de experiências e a diversidade de opiniões é o que torna o mundo mais interessante, mais dinâmico, mais estimulante. Estagnar em uma única forma de pensar, pode nos colocar muito longe do nosso objetivo inicial.
O radicalismo nos torna contraditórios de nossas próprias convicções. Faz-nos agir com dois pesos e duas medidas, nos afasta da verdade, tornando-nos cegos para realidades tão claras de serem observadas. Aquele que acredita estar repleto da razão está muito longe dela.
A intolerância constante a tudo que possa “ameaçar” nossas convicções, nos afasta das pessoas amadas e estimula a omissão, e por vezes a mentira. Como ser sincero e verdadeiro com quem afoga seus ideais e menospreza sua filosofia de vida?
Nem tanto ao céu, nem tanto ao mar. O equilíbrio sem dúvida é a melhor saída. Sempre, para qualquer coisa que formos fazer. Ele nos ajuda a defender nossas ideologias sem desprezar a importância de um convívio social saudável. Ele nos acalma em situações de crise, mas não nos torna apáticos frente às adversidades.
Se imaginarmos que o mundo em que vivemos é como um picadeiro, e somos desafiados constantemente por “percursos” perigosos; assim como o equilibrista mantêm-se firme em seu objetivo de cumprir o trajeto sobre a corda fina e bamba, sem deixar-se abalar pelos comentários que desagregam, mas ao mesmo tempo “sem perder a leveza, a graça, o lúdico”; fica muito claro o argumento aqui discutido. Mais vale tremer na corda de vez em quando para virar e dar um belo sorriso para a platéia do que andar com retidão absoluta sobre ela, sem emocionar o público presente. 

quarta-feira, 23 de maio de 2012

"PAPO" de Elevador



Por estes dias lembrei-me de umas histórias vividas que se repetem em todos os lares, com todo tipo de gente, a todo o momento. E ainda assim, não deixam de ser engraçadas, e por vezes, desconfortantes. Por exemplo, papo de elevador: quem nunca passou por uma situação de constrangimento no elevador?
Eu e meu irmão quando mais novos sempre dávamos este tipo de trabalho. Eu, riso solto, não precisava muito para achar graça nas situações (o pior é que continuo assim...). Meu irmão, sabendo disso, não deixava barato, e era só entrarmos no elevador para ele dar aquela olhadinha de lado pra mim e começarmos a gargalhar. Não eram risinhos à toa não. Eram gargalhadas mesmo, de chorar de tanto rir. Imagina a situação dos “vizinhos”. Era abrir a porta, a pessoa entrava pronto, o estrago estava feito. Minha mãe, quando estava presente, dava umas olhadas sérias como quem tenta dizer algo apenas com o olhar. Mas nada segurava nossa “jovialidade”! Como quem tenta corrigir o incorrigível, minha mãe se sentia obrigada a fazer um comentário do tipo: “A essa meninada!”, “Eles são sempre tão felizes não é mesmo?”.
Tinha um certo vizinho então, que era impressionante, eu não podia olhar para ele, que começava a rir. Ele enaltece bem este tipo de conversa “furada” a qual me refiro. Sempre nos cumprimentava, e para não ficar aquele silêncio comentava: “Tá frio não é? Ontem choveu, será que hoje também vai?”. Gente, qual é o adolescente que às 06h30min da manhã quer saber se vai chover ou não? Normalmente, mal acordaram e sabem o próprio nome... Isso quando ele não entrava junto com a mulher, e ficavam fazendo cócegas um no outro, juro! Como quem comemora algo da noite passada! Eu olhava para eles e imaginava o que poderiam ter feito, e claro, meu irmão como por telepatia me compreendia, e começávamos a rir novamente.
Tem também aquelas pessoas que não falam nada, mas ficam regulando sua roupa, seu brinco, o tom do esmalte, a marca da bolsa meu Deus! Sinceramente talvez seja melhor comentar sobre o tempo! E aquelas senhorinhas que olham para “dentro” da sacola do mercado e ficam perguntando sobre a marca dos alimentos, se são bons, se tá caro, etc. É constrangedor, parece invasão de privacidade ou alguma coisa assim.
Se pararmos para relembrar, este tipo de situação não ocorre somente no elevador, mas também na fila de espera do médico, onde um fica perguntando sobre a doença do outro, trocando receitas de remédios, falando mal do médico vizinho. Ou na fila do banheiro “geralmente” feminino. Sempre tem uma mulher bem apressada que quer furar a fila e uma outra desbocada que mais que rapidamente a coloca no seu devido lugar: “Tem fila viu querida? É lá atrás!”.
É papo de elevador, de sala de espera de consultório, de fila de banheiro, é sempre a mesma coisa! Mas se considerarmos a correria cotidiana da maioria das grandes cidades do mundo, ter alguém que puxa assunto com você nem que seja sobre a qualidade do revestimento dos azulejos do corredor do prédio é motivo de comemoração, na maioria das vezes nem um cumprimento decente as pessoas trocam.
É vida moderna... Papo de elevador... Papo de elevador? Ah, que saudades...

segunda-feira, 14 de maio de 2012

VEM LUCAS, VEM....



O meu marido realizava um trabalho fora de São Paulo, e aguardava ansiosamente por um telefonema meu com o sinal verde para ele vir a “nosso” encontro. Um grande medo dele era que nosso filho nascesse sem que pudesse acompanhar. Não bastava ser o pai, saber que estava bem. Queria ser um dos primeiros a segurá-lo em seus braços, queria poder apertar a minha mão, entrar em contato com o amor perfeito, queria poder... Queria...
Lembro-me como se fosse hoje eu sentada em uma cadeira de rodas, de avental e muito rímel nos olhos... (imagina!) Por onde passava arrancava sorrisos de todos no hospital, ia para um baile ou para a maternidade? Queria que meu filho me visse linda e tivesse orgulho de mim!
Orei com afinco, e entrei em um corredor branco e longo. Cada espaço percorrido fazia aumentar ainda mais a expectativa deste encontro. Na sala de cirurgia senti a presença divina fortemente, que me acalmou, e permitiu que tudo acontecesse de forma perfeita. A equipe de “anjos” que me acarinhava, o movimento dos instrumentos cirúrgicos que pareciam entoar hinos de louvor a Deus, me trazendo paz e me fazendo sorrir. Por um instante, me faltou o ar!
Eis que um choro ecoou, e ao abrir meus olhos, a mais bela das imagens: meu marido com os olhos repletos de lágrimas com meu pequeno filho no colo, lindo! Quanto amor, quanta alegria! Fechei meus olhos novamente, agradeci a Deus, e chorei. Imediatamente ao encostar-se no meu peito, meu pequenino se acalmou e naquele instante tive a exata sensação do era ser mãe. Pude sentir no fundo da minha alma a força que nos unia. Força que transforma, que transcende todas as camadas do universo e nos aproxima sem barreiras de forma fenomenal daqueles a quem chamamos de crias.
É instintivo, é emocionante, é fantástico! Ao mesmo tempo em que nos reafirma como mulheres nos faz mais ponderadas frente às oportunidades. Dá-nos o poder da educação, mas nos cobra a entrega. Nos capacita para o ensinamento, mas necessita nossa demonstração de amor constante.
Ser mãe é estar presente sem ultrapassar a individualidade do filho, é conseguir dar o conselho certo mesmo quando desconhecemos o assunto. É conseguir identificar uma fragilidade e tentar transformá-la em algo positivo sem que isso seja notado. Ser mãe é amar alguém além de nós mesmos e tentar transformar nossos defeitos para darmos os melhores exemplos.
É, pelo visto, parece que ser mãe é conseguir realizar o que somente os super-heróis são capazes de fazer. Mas sem capa, sem armas de outra galáxia, sem criptonita.
Alguém se habilita?

sexta-feira, 30 de março de 2012

PAREM O TREM...


Hoje acordei melancólica e introspectiva. A fim de avaliar meus caminhos, ou a ausência deles. E nesta profunda trajetória percebi algumas pedras, decepções e incertezas, que me fizeram chegar até aqui.
Percebi que a “lentidão” de algumas escolhas não é reflexo apenas de uma possível insegurança como pode parecer; ou resultado de certa apatia pela vida e pelas opções que se apresentam. É sim uma forma generosa de encarar os fatos. A ausência de certo egoísmo que poderia existir atrelado a um objetivo bem definido, resultado de muitas viagens que fiz me mostraram o real valor das coisas e das pessoas a minha volta. Não posso ignorar o aprendizado.
Todos os dias, milhares e milhares de pessoas acordam e pré-definem seu dia a dia, seus anseios e atitudes. Seguem seus caminhos, deslocam-se “isoladamente”, buscam, conquistam. É o tão sonhado curso, o tão sonhado emprego, o tão sonhado sonho. Outros tantos... Sonham somente. Por incapacidade de lutar, por ignorância dos caminhos a seguir, pela “bagagem” atrelada a certas decisões. Bagagem que aumenta o medo, a incerteza e a cobrança por fim. Quando se é coluna qualquer movimento abala a estrutura.
Como é difícil voltar atrás, começar de novo, tentar mais uma vez o que nunca foi feito. Como é difícil acreditar em si próprio quando já se desistiu uma vez. Como é difícil não comprometer sentimentos passados, com situações novas e inesperadas. Como é difícil esquecer dos que amamos, e de quem não queremos nos afastar... Nem um pouquinho... Como é difícil o julgamento superficial quando temos malas e malas de sentimentos guardados, acumulados, desenvolvidos para carregar. Como é difícil...
Mas não fiquem tão preocupados com minhas escolhas, preocupem-se comigo. Se eu estiver bem, minhas escolhas serão as oportunas. Preciso apenas que alguém desça do trem. Quando se está dentro do trem a vida passa muito rápido, e conseguimos observar apenas algumas breves folhagens que movimentam-se entre as estações. Não vemos a paisagem a nossa volta, não sentimos o clima, não vemos ninguém. Ao invés de criticar olhe pela janela, observe os que acenam, faça valer a oportunidade que te foi concedida... Não desperdice a viagem, um dia pode ser você acenando por alguma direção...
Parem o trem! Já desci uma vez, agora, preciso subir... Mas abram a janela não quero perder uma brisa se quer. Aprendi que o mais importante da viagem é o caminho...

quinta-feira, 1 de março de 2012

ESPERA QUE O SOL JÁ VEM

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Por estes dias tenho "ouvido na memória" diversas vezes aquela canção que diz "Mas é claro que o sol vai voltar amanhã, mais uma vez..." Fiquei pensando então como é fenomenal este processo de movimentação desta estrela, que vai e volta, influenciando a vida de todos nós...

Já repararam que o SOL quando nasce, traz consigo a esperança do que estar por vir? A esperança de que o dia de hoje seja melhor do que o que se foi, a vontade de conquistar novos caminhos, passear por novos lugares, encontrar muitas pessoas. O nascer do sol é tão forte que por muitas vezes nos traz a certeza de não cometermos os mesmos erros do passado, reafirmando diariamente, que há movimento no céu, acendendo a fé sobre nossos anseios, pensamentos, decisões.

Em contrapartida à sua chegada, o SOL quando se põe, apesar de reproduzir umas das paisagens mais belas do universo, leva embora o que não foi realizado naquele dia, leva nossas ilusões, enterra nossos anseios no infinito desconhecido causando certa dor dentro da nossa alma: "ah, não foi desta vez...".

Mas que bom que ele nasce todos os dias, e renova nossa esperança, nossa fé. E assim como pode trazer boas energias, também pode levar consigo a mágoa que se foi, a angústia que se apagou, o sofrimento substituído. Depende do nosso olhar!

Há algum tempo aprendi a valorizar o nascer do SOL todas as manhãs ao acordar. Olhar para o céu e reconhecer a importância daquele "novo dia" é uma forma de agradecer a Deus pela nova oportunidade recebida: mais uma chance para acertarmos, emocionarmos, fazermos a diferença positiva por onde passarmos.

E dá certo! Ser agradecido ao divino pelas oportunidades da vida, até pela falta delas, nos aproxima do sagrado, nos fortalece, nos tranqüiliza.

Ai o SOL... Seu poder é tão forte que mesmo entre nuvens, trovões raios e tempestades, muitas vezes, consegue se manifestar nos presenteando com arco-íris maravilhosos e encantadores, que nos remetem à infância e reacendem a esperança do encontro com o tão precioso pote de ouro... É mágico! Pode ser!

Assim como o brilho desta estrela nos contagia, por mais que muitas "nuvens" traiçoeiras apareçam no nosso caminho, não podemos permitir que essa luz se apague, seja encoberta, ofuscada. Cada um de nós tem um brilho particular que faz a diferença no universo. Descobrir onde encontrá-lo talvez seja a grande conquista de nossas vidas.

Como encontrar dentro de nós mesmos o sentimento sem sentido, a razão sem argumentos, o desespero sem causa? Como curar o desconhecido, alcançar o inimaginável, desenvolver o inatingível para nós pobres mortais?

Como traduzir em palavras os sentimentos mais controversos e conseguir a movimentação dos céus para que nossa luz sobressaia, permaneça, nos complete?

Como não ser mais um na multidão, perdido no caminho para a própria casa? Casa? Que casa?

Como enxugar as lágrimas do nosso amado sem deixar escorrer as nossas copiosamente?

Como passar a força que não possuímos, oferecer o bom conselho que não seguimos alcançar objetivos que não cremos? Como, como?

Para sermos SOL, precisamos nos acreditar SOL. Brilhar, iluminar, contagiar, movimentar. Para parecermos SOL, precisamos ter sua beleza de alma, sua força de espírito, sua grandeza de ser.

Como sermos SOL com aspecto de outra estrela em outra galáxia qualquer sem ao menos sermos notados, observados, valorizados por isso?

Talvez seja mais fácil sermos nuvem, tentando ofuscar a grandeza dos outros, ou trovões esbravejando aos quatro ventos, propagando uma força que talvez não tenhamos. Ou até raios destruidores, sem sentido. Mas e o brilho, a emoção, o arco-íris?

Eu quero ser SOL! Propagar o que é bom, produzir raios coloridos na vida das pessoas, distribuir baús repletos de ouro! Isso sim vale à pena, combina comigo, esquenta a alma!

Não posso me contentar em ser nuvem se posso produzir brilho intenso! Não consigo enviar a chuva quando minha vontade é fazer brotar o calor humano! Não posso me enganar e fingir que gosto do cinza quando fico tão bem de amarelo-dourado! Não posso...

Anular nossas vontades, desconsiderar nossas aptidões, ofuscar nossos talentos pode até nos encaminhar a lugares retos e tranqüilos, mas e o arco-íris?

Descobri que para sermos SOL, talvez o caminho seja mais longo, mais difícil, mas quando encontrarmos a luz no final do túnel não há sentimento que substitua.

Descobri que para sermos realmente SOL entre contradições, devemos nos comportar como vento, pássaro no céu, estrelas de menor notoriedade. Para sermos realmente SOL, precisamos ter a humildade necessária de reconhecer a importância de cada membro no processo de nascimento. Para sermos SOL é preciso ser merecedores... Não basta termos talento, não basta o conhecimento, a influência. "Quem" ascende a luz do SOL não tem os mesmos valores que a maioria da multidão. É por isso que vemos tantas estrelas "pouco preparadas" brilhando, brilhando...

Eu quero sim ser SOL, mas merecidamente...

E como diz o Renato Russo: "Mas é claro que o SOL vai voltar amanhã, mais uma vez... Eu sei... Escuridão, já vi pior de endoidecer gente sã! Espera que o SOL já vem... Nunca deixe que lhe digam que não vale à pena acreditar no sonho que se tem ou que seus planos nunca vão dar certo ou que você nunca vai ser alguém... Quem acredita sempre alcança! Mas é claro que o SOL vai voltar amanhã..." EU SEI!

 


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Obrigada

Adriana Flores Mafra

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

REFLEXÕES PARA O NOVO ANO



Uma casinha branca, com varanda... Paz, paz?

Quem nunca desejou “fugir” do stress do dia a dia e ir para o meio do mato, como naquela música “... ter uma casinha branca com varanda, um quintal e uma janela, só pra ver o sol nascer...” algo assim?

Respirar ar puro, ouvir o barulho dos pássaros, ficar em silêncio. Apreciar a paisagem das matas, sentir o cheiro da natureza bem próxima a nós... Sem dúvida que este contato faz bem, renova as forças, nos aproxima de Deus.

Mas à medida que a tarde vem chegando, os insetos mais enlouquecidos, vindos em carreata de Marte ou algum lugar parecido, cheios de asas e “aromas” não muito agradáveis se aproximam, nos “obrigando” a fechar “todas” as portas e janelas, (todas mesmo!) máscaras de oxigênio são derrubadas do teto, e começamos a repensar. E o que dizer do barulhinho daquele ventinho “gostoso” do interior, que balança todas as janelas tão “bem pregadas”, com frestas enormes que nos fazem questionar sua funcionalidade inicial, nos colocando em contato direto com nosso “imaginário mais assustador”? As luzes refletindo... luzes, luzes? Quer dizer a penumbra “agradável” refletindo o mato cerrado, em meio a todas aquelas árvores, com aqueles bichinhos de tantas espécies... o que parecia relaxante, como em um passe de mágica transforma-se num filme de suspense, e em um único minuto, todos os músculos do nosso corpo, tão relaxado até então, contraem-se involuntariamente, nos fazendo sentir como se estivéssemos no meio do trânsito de uma cidade como São Paulo.

De repente, “me repreendo” com os olhos arregalados, como quem procura... O Curupira (como diz meu filho!). Cada sombra é uma ilusão de ótica, cada zumbido, um contato com o além... Ai natureza, tudo tão lindo, relaxante mesmo não é?

Exagero para uns, compreensivo para outros, discussões a parte, o importante é percebermos que a paz não está vinculada a uma paisagem ou outra. Esperei tanto por este momento de estar em contato “direto” com a natureza para me sentir mais calma e quando tenho a oportunidade... Percebi que esta tão buscada paz é resultado de uma série de comportamentos, e muito mais, pensamentos, que não estão necessariamente relacionados a um lugar ou outro, a não ser dentro de nós mesmos.

E como fazer para realmente encontrá-la, agarrá-la, não deixá-la escapar?
Já pararam para pensar que estamos constantemente sendo desafiados a nos superar, transpor dificuldades, saber lidar com questões que de uma forma ou de outra, tentamos abafar, distanciar, isolar dentro da nossa alma?

Na verdade sempre esperamos uma “situação ideal” para iniciar um movimento, uma mudança, uma superação, e no fundo não percebemos que a vida sempre nos levará aos mesmos caminhos, até que tenhamos força para transpor aquela dificuldade. É assim, faz parte do aprendizado, da missão, do sentido de se estar vivo. Ignorar estes sinais é uma forma imatura de se fechar para vida. Não admitir alguma limitação não a reduz, ao contrário, a torna mais evidente, mais grave, mais profunda. Temos que aprender a lidar com nossos medos, frustrações e dissabores. E a partir daí, tentar superá-los.  

Quando a vida nos coloca algumas situações recorrentes na frente, talvez seja um alerta, como quem diz: “Acorda! Você precisa vencer esta etapa para subir o próximo degrau...” Precisamos estar prontos para receber a próxima “missão”. Enquanto existe vida, existe um caminho a cumprir, é o preço!

Vamos “jogando fora” sentimentos inúteis, invasivos, destrutivos, e com o que “sobra”, juntamos os caquinhos e construímos algo “inesperado” com nossos sentimentos. Pode ser muito bom, mas pode ser frustrante também.

No fim, o que nos tornamos acaba sendo o resultado da “subtração de tudo o que não gostaríamos de ser”. É também uma forma de superação. Porque não? Mas será o bastante?
Neste início de novo ano, onde grande parte de nossos pensamentos, anseios e ambições vêem a tona, reflexões como esta são muito comuns. O que as farão ser diferentes ou não, é a maneira como aprendemos a lidar com elas.

As dificuldades sempre existirão, as situações desagradáveis, até desesperadoras. Mas se pensarmos que como em uma casa varandada no topo do morro, a maior parte dos “fantasmas” realmente são imaginários, quem sabe grande parte do nosso sofrimento e agonia cotidiana também não o sejam?

As janelas sempre vão balançar quando existe vento. A sombra sempre existirá à meia luz. Os animais sempre estarão na nossa volta, na cidade, no campo, onde for. Não podemos nos deixar abater pelo que nos assusta. Melhor é considerarmos o canto dos passarinhos, o cheiro confortante das matas molhadas ao amanhecer, o silêncio que preenche a nossa alma e nos põe em contato direto com Deus...

Tudo é uma questão de ponto de vista. Escolha o mais bonito e seja feliz!

Ai natureza, uma casinha no topo do morro, os pássaros cantando, existe coisa melhor?!