quarta-feira, 2 de novembro de 2011

VIVA O BELO QUE É BELO!


Afirmar que parecer não é ser, não é desaprovar a forma, o belo, o apresentável. Valorizo, busco, e “reparo”. Apenas não acredito que se construa uma vida profissional ou pessoal somente em cima deste conceito.
Claro que não dá pra ser completamente relax e achar que as pessoas vão descobrir o que existe dentro de você. Se puder dar uma forcinha, e dar sinais através do seu comportamento, sua forma de falar, se apresentar, vestir, já é meio caminho andado. Facilita e agiliza a comunicação. Mas julgar apenas pela aparência pode ser injusto e arriscado.
Não sou a favor do extremismo seja da forma que se apresentar. Não julgo por aparência, apesar de cuidar da minha, não afasto porque não conheço, apesar de não me entregar logo de cara, e apesar de acreditar que a primeira impressão sempre fica, acredito também, que pode ser remediada e alterada, para melhor ou para pior, dependendo das nossas atitudes.
Não somos escravos de sistema algum, mas é preciso estar infiltrado dentro dele, para que as pessoas te escutem, te enxerguem, te valorizem. Por vezes pode ser muito prazeroso, mas muitas outras chega a ser frustrante. Principalmente para quem naturalmente não se identifica. Não advogo em causa própria, mas em defesa de muita gente competente que já conheci e não consegue seu lugar ao sol!
É isso, entender o sistema, aprender como funciona, e trazê-lo a seu favor. Manter um visual que vá de encontro à maneira como você quer que as pessoas te enxerguem. Estudar expressões que por mais que tragam preceitos antigos já vistos anos atrás, nos façam parecer mais atualizados e até capazes. 
Tem sim a poesia de conseguir tocar o outro através de uma imagem, uma apresentação, um símbolo. Mas até para a poesia ter sentido, tem que ser profunda no processo criativo, ainda que seja externada “apenas” a imagem “simplificada” que gerou.
Li a pouco um texto sobre Steve Jobs que falava “a simplicidade é a máxima sofisticação” – “ele dizia que a simplicidade resulta da conquista das complexidades.” Transformar o complexo em “aparentemente simples” é muito mais difícil. Para tanto, o conteúdo continua sendo fundamental.
Vivo o belo, que é belo! Não o belo que apenas parece ser!

PARECER, NÃO É SER!



Quanto mais o tempo passa, mais agradeço a Deus por todas as oportunidades vividas. Elas me prepararam para pensar, criar, desenvolver, transformar, aceitar, conviver, e não simplesmente absorver informações por osmose como vemos por aí.
Não é preciso fazer viagens internacionais, intercâmbio, cursos mil para saber trabalhar direito, para fazer bem feito, para ter qualidade. Claro que a informação complementar é excelente para nos atualizar, trazer segurança e mais preparo cultural até para argumentar sobre as decisões tomadas. Mas mais importante do que saber falar “brainstorm”, “benchmarking”, “workshop”, etc, é saber o que fazer com tudo isto, onde usar, como usar, por que e para quê.
O que trazemos dentro da alma é que nos faz enxergar o mundo diferente. A capacidade de analisar as situações com sensatez e sabedoria, é que nos torna bons no que fazemos. Não as expressões que usamos, nem a quantidade de línguas que aprendemos. Melhor trabalhar profundamente com conteúdo em português, do que falar superficialidades em três línguas diferentes. Copiar o que todo mundo já sabe não é sinônimo de inteligência. Aprender a pensar através da interpretação dos fatos, isso sim é diferencial.
E essa “onda de ser politicamente correto”? Poupem meus ouvidos! É uma hipocrisia absurda. Muitas pessoas falam que não ligam para a imagem, mas investem em autopromoção o tempo todo. Criticam quem valoriza o status, mas andam com o carro da moda, dizem que dinheiro é fator secundário, mas só trabalham se for para ganhar bem... Pára com isso! Todo mundo tem o direito de pensar o que quiser, mas não faça apologias daquilo que não acredita. Aliás, quem tem a necessidade de reafirmar um pensamento destes o tempo todo, está tentando se convencer do que não é!
Desculpem os politicamente corretos então. Mas eu gosto sim de saber que sou bem vista pelas pessoas que me importo, sei que status não é sinônimo de sucesso e riqueza, mas às vezes te traz um conforto gostoso de usufruir, e dinheiro, é conseqüência, mas não deixa de ser muito melhor tê-lo do que não tê-lo. Errado não é gostar das coisas boas, é não saber dosar. É a falta de equilíbrio, o erro da análise sobre quem manda em quem.
 Estar atualizado sobre as novas mídias sociais, sobre as expressões mercadológicas do momento, sobre os pensamentos dos filósofos mais importantes da história do mundo, é muito bom, para si mesmo. Para agregar conhecimento, cultura, e dar base para desenvolver sua própria opinião. Mas acreditar que realmente isso é suficiente é o mesmo que dizer que importante de fato na construção de um prédio é o jardim de inverno que colocaram na frente da portaria (embeleza, mas não assegura a sustentação do prédio). Um bolo não fica gostoso porque você alisou a cobertura corretamente, é bom porque os ingredientes usados são bons, a combinação deu certo, e principalmente, você soube fazer. A apresentação visual conta, enche a boca de água, mas a quantidade de nervuras sobre ele não é o que vai realmente fazer a diferença no sabor.
Valorizo a imagem, o belo, o externo. Mas temos que tomar cuidado para não confundir o que parece com o que é. Essa geração “Denorex”, cheia de frases feitas e linguajar descolado tem que abrir o olho. Para ser bom mesmo, tem que saber fazer, colocar a mão na massa, decidir e se bancar. Não se esconder atrás de uma imagem padronizada que relembra a época do desenvolvimento industrial onde a produção em série estava em ascensão. Hoje em dia, se diferencia quem é diferente, quem faz, e principalmente, quem toca quem emociona quem transforma o ambiente por onde passou.
Não tenho a pretensão de admitir que minhas palavras são uma verdade absoluta, apenas uso este espaço como desabafo, uma forma de levantar algumas questões que há algum tempo tenho observado. Por isso novamente agradeço a Deus pelas oportunidades vividas, porque através delas, posso até não ter aprimorado alguns conhecimentos da forma como deveria, mas construí algo muito mais importante, que é substância de alma. Ela é que nos permite ver e enxergar, ouvir e compreender, ler e interpretar. E isso, não tem expressão nenhuma no mercado que ensine.