Quanto mais o tempo
passa, mais agradeço a Deus por todas as oportunidades vividas. Elas me
prepararam para pensar, criar, desenvolver, transformar, aceitar, conviver, e
não simplesmente absorver informações por osmose como vemos por aí.
Não é preciso fazer
viagens internacionais, intercâmbio, cursos mil para saber trabalhar direito,
para fazer bem feito, para ter qualidade. Claro que a informação complementar é
excelente para nos atualizar, trazer segurança e mais preparo cultural até para
argumentar sobre as decisões tomadas. Mas mais importante do que saber falar “brainstorm”, “benchmarking”, “workshop”,
etc, é saber o que fazer com tudo isto, onde usar, como usar, por que e para
quê.
O que trazemos dentro
da alma é que nos faz enxergar o mundo diferente. A capacidade de analisar as situações com sensatez e sabedoria, é que nos torna bons no que fazemos. Não
as expressões que usamos, nem a quantidade de línguas que aprendemos. Melhor trabalhar
profundamente com conteúdo em português, do que falar superficialidades em três
línguas diferentes. Copiar o que todo mundo já sabe não é sinônimo de
inteligência. Aprender a pensar através da interpretação dos fatos, isso sim é
diferencial.
E essa “onda de ser
politicamente correto”? Poupem meus ouvidos! É uma hipocrisia absurda. Muitas
pessoas falam que não ligam para a imagem, mas investem em autopromoção o tempo
todo. Criticam quem valoriza o status, mas andam com o carro da moda, dizem que
dinheiro é fator secundário, mas só trabalham se for para ganhar bem... Pára
com isso! Todo mundo tem o direito de pensar o que quiser, mas não faça
apologias daquilo que não acredita. Aliás, quem tem a necessidade de reafirmar
um pensamento destes o tempo todo, está tentando se convencer do que não é!
Desculpem os
politicamente corretos então. Mas eu gosto sim de saber que sou bem vista pelas
pessoas que me importo, sei que status não é sinônimo de sucesso e riqueza, mas
às vezes te traz um conforto gostoso de usufruir, e dinheiro, é conseqüência,
mas não deixa de ser muito melhor tê-lo do que não tê-lo. Errado não é gostar
das coisas boas, é não saber dosar. É a falta de equilíbrio, o erro da análise
sobre quem manda em quem.
Estar atualizado sobre as novas mídias
sociais, sobre as expressões mercadológicas do momento, sobre os pensamentos
dos filósofos mais importantes da história do mundo, é muito bom, para si
mesmo. Para agregar conhecimento, cultura, e dar base para desenvolver sua
própria opinião. Mas acreditar que realmente isso é suficiente é o mesmo que
dizer que importante de fato na construção de um prédio é o jardim de inverno
que colocaram na frente da portaria (embeleza, mas não assegura a sustentação do prédio). Um bolo não fica gostoso porque você
alisou a cobertura corretamente, é bom porque os ingredientes usados são bons,
a combinação deu certo, e principalmente, você soube fazer. A apresentação
visual conta, enche a boca de água, mas a quantidade de nervuras sobre ele não
é o que vai realmente fazer a diferença no sabor.
Valorizo a imagem, o
belo, o externo. Mas temos que tomar cuidado para não confundir o que parece
com o que é. Essa geração “Denorex”, cheia de frases feitas e linguajar
descolado tem que abrir o olho. Para ser bom mesmo, tem que saber fazer,
colocar a mão na massa, decidir e se bancar. Não se esconder atrás de uma
imagem padronizada que relembra a época do desenvolvimento industrial onde a
produção em série estava em ascensão. Hoje em dia, se diferencia quem é
diferente, quem faz, e principalmente, quem toca quem emociona quem transforma
o ambiente por onde passou.
Não tenho a pretensão
de admitir que minhas palavras são uma verdade absoluta, apenas uso este espaço
como desabafo, uma forma de levantar algumas questões que há algum tempo tenho
observado. Por isso novamente agradeço a Deus pelas oportunidades vividas,
porque através delas, posso até não ter aprimorado alguns conhecimentos da
forma como deveria, mas construí algo muito mais importante, que é substância
de alma. Ela é que nos permite ver e enxergar, ouvir e compreender, ler e
interpretar. E isso, não tem expressão nenhuma no mercado que ensine.
Falou e disse! Concordo plenamente!
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