sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Olhares...

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Às vezes não nos sentimos sozinhos no meio da multidão? Quem nunca teve a sensação de solidão em meio a tanta gente, com tantos pensamentos, comportamentos e verdades? Olhares de todos os cantos, formas e lugares?
Tantos olhos, com tantos olhares, bons, ruins, de admiração, de crítica, de veto. Olhos que nos cobram que nos acusam do que eles mesmos cometem.
Difícil lidar com certos olhares, que mesmo sem querer vê-los, nos atingem de forma pessimista e cruel. Olhos de inveja, de maldade, de quem não fez, de quem não sabe fazer. Na maioria das vezes, quem olha muito para o lado e repreende mesmo sem falar, e condena mesmo sem conhecer, e desmerece mesmo sem saber, é quem não tem nada a oferecer. Olha para fora porque não tem nada de bom dentro de si para admirar.
Ah, o que seria de nós se não fossem os olhos de amor, daqueles que nos conhecem do ventre, que conhecem a nossa essência. Sabem que temos fraquezas (quem não as tem), mas acreditam no nosso poder renovador, de aprendizado, de luta, de conquista!
Ah... O que seria de nós sem os olhares que esperam pela nossa chegada, pelo nosso afeto, pela nossa atenção. Tão mais difícil seria viver sem estes olhos cúmplices, parceiros, “permutantes” de amor. Olhos de necessidade, de vontade, de força.
Porque será que com tantos olhos bons que nos cercam, ainda nos incomodam aqueles olhos feios e opacos, que não acrescentam que passam despercebidos para a maioria na multidão? São nada, são ninguém, sem talento, sem criatividade e... Sem voz, porque não têm coragem de externar o que sentem o que pensam. No fundo talvez se envergonhem daquilo que são. Por isso, somente olham... Vêm suas vidas passar, e não vivem, não sentem. Têm medo da represália, da condenação de olhos como os seus...
Melhor é sermos livres para assumirmos nossas fraquezas e vivermos felizes, leves, inteiros. Que importam os olhares maldosos? Mas valem os que me olham pelo bem, esses asseguram minha força, minha luta, minha razão de viver.  
E daí darmos risadas de vez em sempre, e daí gostarmos de brincar e nos permitirmos ser infantil? “Nos permitirmos ser infantil”, muito diferente do que realmente o ser. Só se permite ser assim quem tem maturidade suficiente para saber a hora de encarar com seriedade as dificuldades que a vida coloca em seus caminhos. Não fosse isso, o que seria do nosso coração, da nossa pele, da nossa saúde e do sangue que circula pelas nossas veias? Mas não se enganem, é somente uma defesa frente aos contrapontos da vida, uma forma de despistar o adversário, acelerar sem que percebam a ultrapassagem na curva mais perigosa.
Melhor que alguns continuem acreditando que ainda estamos na adolescência, assim temos tempo suficiente para crescer e aprender ainda mais, e quando se derem conta, estaremos tão longe, mas tão longe, que mesmo que seus olhos de coruja queiram nos alcançar, será impossível nos localizarem voando pelo universo.
Que nos importam os olhos feios, e estrábicos, e caolhos... São olhos tristes, incompetentes, sem graça... Que importam os olhos feios? Que importam? 

2 comentários:

  1. Falta de coragem? Sem voz? Se ja causam isso com um olhar, imagina se abrirem a boca...um olhar fala mais que mil palavras!

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  2. TEXTO PUBLICADO NA REVISTA VITRINE www.vitrinerevista.com.br edição 25.

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