Ultimamente
tem se usado muito esta expressão “sororidade”.
Podemos caracterizar como sororidade a
“união
e aliança entre mulheres,
baseado na empatia
e companheirismo,
em busca do alcance de objetivos comuns.” Muito presente nos
movimentos feministas, fortalecendo a ideia de irmandade entre as
mulheres na luta contra os esteriótipos.
Observando muitas postagens e
comentários na mídia, vejo que há sim um movimento genuíno e
concreto em prol da melhoria do sistema como um todo. Desde a luta
contra a violência doméstica à luta por igualdade no mercado de
trabalho por exemplo.
Vejo sim como é importante esse
posicionamento de mulheres fortes de caráter, as formadoras de
“boas”opiniões que possam ajudar o direcionamento das pessoas
contra o preconceito, a censura, a violência, a mediocridade.
Entretanto paro pra pensar até
onde isso de fato é verdadeiro, consciente e real. Será que as
pessoas têm noção do que representa uma luta como essa? Será que
há reflexo concreto nas atitudes de nós mulheres em nossos
cotidianos?
Por
exemplo:
Você elogia suas amigas?
Levanta
a autoestima, dá bons conselhos, demonstra sua admiração? Ou você
guarda esses sentimentos em forma de inveja, ressentimento e
despeito?
Você
tenta compreender as outras mulheres, reconhecer suas fraquezas,
respeitar suas decisões?
Ou está mais preocupada em
observar quem ganhou uns quilinhos a mais, fez botox ou trocou a
prótese dos seios? É muito comum fazerem observações negativas,
criticarem atitudes umas das outras e desvalorizarem algumas
conquistas.
De
que adianta falarmos de irmandade, sororidade, mexeu
com uma mexeu com todas*,
e no nosso dia a dia fazermos tudo ao contrário? Já pararam para
pensar que nós mulheres podemos ser co-criadoras de todo esse
sistema que nos diminui, machuca e marginaliza?
Quer ajudar a mudar essa
realidade? Comece fazendo você a diferença positiva. Quando uma
mulher precisar de cuidado, apoio e compreensão, estende sua mão.
Quando sua amiga estiver gata, fale pra ela. Quando tiver orgulho de
algo que ela falar ou fizer, evidencie. Não tenha medo da
concorrência, mulheres fortes e seguras de si, não têm receio das
comparações e críticas. Pelo contrário, se juntam a pessoas mais
fortes ainda, que as inspirem a serem vencedoras. A generosidade e o
companheirismo nos torna ainda mais belas.
Da
próxima vez que você ouvir falar sobre sororidade, pense se você
está apta mesmo a aderir um movimento como esse. Se questione sobre
os limites
saudáveis
que devem ser adotados, e pratique. Ideias e conceitos guardados não
tem utilidade, deturpam e desacreditam atitudes que efetivamente
podem somar às nossas vidas.
Não seja eco, seja co-criador e
propagador da tolerância e do amor. Afinal, “quem aceita o mal sem
protestar, coopera com ele.” Martin Luther King Jr.
*mexeu
com uma mexeu com todas – movimento midiático contra o assédio
sexual às mulheres, onde o a frase evidencia que o que sofrimento de
uma mulher caracteriza o sofrimento de todas. Reafirmando o conceito
de sororidade acima descrito.