terça-feira, 13 de agosto de 2013

Sonho que se sonha junto é sonho realizado!


Observando esta onda de manifestações espalhadas pelo país pude concluir alguns pontos interessantes e peculiares. É claro que estamos insatisfeitos com muita coisa que acontece: a desigualdade social, não se referindo apenas à questão financeira, mas de educação mesmo, de falta de oportunidade, desrespeito, falta de consideração. Mais grave do que uns morarem no condomínio de luxo e outros morarem no pé do morro, é a falta de condições dignas para se viver. Grave também é a sensação de impotência que muita gente tem – “Hoje não está bom, mas se eu me esforçar, amanhã posso estar melhor”. Mas não é o que acontece na maioria dos casos- “Hoje não está bom, e amanhã pode estar muito pior!”.
Como uma pessoa pode viver deste jeito? Imagina uma criança nascida na periferia, convivendo com o traficante na porta de casa, o alcoolismo e até agressão de parentes próximos, a indiferença, a falta de amor, de oportunidade, de fé? Como imaginar este serzinho daqui uns anos, agindo de forma coerente, respeitosa, oportuna, sensata. As pessoas reagem àquilo que recebem. Se você recebe amor, você devolve amor, caso contrário, -“vou querer me vingar do mundo todo que não está nem aí pra mim...”.
Vi muitas cenas bonitas por estes dias, como multidões cantando o hino nacional, jovens tomando consciência da importância da união de uma nação, da força das palavras quando elucidas em um momento de necessidade, do poder que o entusiasmo coletivo pode alcançar.
E vi também cenas contraditórias de senhores com pouca perspectiva de vida lutando por um país melhor que provavelmente eles mesmos não terão a chance de conferir; enquanto alguns jovens que teriam o futuro todo pela frente, se embriagavam de forma inconseqüente, sem se dar conta de que eles sim sofrerão as conseqüências de tudo que está sendo originado nos dias de hoje.
Vi “bicho grilo” fazendo média contra o capitalismo e postando fotos nas redes sociais com celulares de última geração. Trabalhador “sem educação apropriada” discursando muito melhor do que político pós-graduado em época de eleição.
Vi o vândalo inconseqüente destruindo o patrimônio que também é dele sem perceber que esta conta chegará à porta da sua própria casa. E vi também um povo descontrolado, gritando e até se excedendo em algumas atitudes porque tá cansado de viver à margem de um país que não o considera.
Este é o nosso país. Um país continente, um país de gente crente, de gente descrente, de gente da gente. Que vibra nos estádios de futebol, que grita nas ruas por respeito, e que ainda tem força para sambar, sorrir, e contagiar o mundo como nenhuma outra nação. Mas não basta sair às ruas e gritar, fazer bandeira. Comece sendo honesto, tendo respeito pelo próximo, crie seus filhos de forma sensata, com amor, dê oportunidades para quem precisa, faça o que está ao “seu” alcance, está sim é a “verdadeira passeata” da qual o Brasil está precisando.