sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Política: causas e consequências!



Aí você cria seu filho dizendo: “Come que nem homem moleque!”, “Não chora que isso é coisa de menininha...”. E quando aparecem casos estrondosos de feminicídio, desvalorização da mulher, machismo, homofobia, você culpa “essa tal sociedade doente”.

Aí você diz para sua filha: “Não come tanto assim, vai ficar gorda e feia!”, “Fecha essa perna menina, vai parecer oferecida!”. E diz que a supervalorização do corpo, o preconceito sobre o comportamento feminino, a censura, o machismo desenfreado, é culpa somente da imprensa, da entrevista daquele presidente, dos donos das agências de modelo, ou de uma sociedade superficial desigual e preconceituosa.

Aí você compara todos os sobrinhos naquele almoço de domingo, dando apelidos pejorativos: o fraco, a enjoada, o engraçadinho, a bonita, o burro. E quando há bullying nas escolas ou quando as pessoas crescem e não sabem lidar com as diferenças, você culpa uma sociedade cruel e intolerante.

Aí você rotula todas as suas amigas maiores de 40, porque usam minissaia ou shorts acima do joelho como: “As sem noção”, “As que não se dão ao respeito”, “As que não sabem se portar como as mulheres da sua idade”, “fazendo papel de ridículas querendo parecer gatinhas”; e reclama que a sociedade só valoriza a juventude, que não tem espaço para as mulheres maduras, que há muita cobrança sobre seus modos, seu corpo etc.

Aí você obriga o seu filho a estudar “algo que dê dinheiro”, para que ele seja “alguém na vida” e assim ele construa um futuro diferente ou melhor do que o seu. E quando ele cresce e vira um adulto frustrado e mal sucedido, você culpa a “eterna” crise econômica do país.

Aí você vive acreditando que é um “cidadão de bem”, que contribui para um mundo melhor e nem se dá conta de que é um agente fundamental, para o fomento e a manutenção dessa “tal sociedade doente”, superficial, injusta, preconceituosa, machista, feminicida, homofóbica em que vivemos.

Não basta emitir sua opinião política nas redes sociais em época de eleição. Ajude a criar dias melhores dentro da sua própria casa. No seu trabalho e nos lugares que frequenta. Reveja os valores que passa dentro da sua própria família. Reveja seus princípios, e os ajuste às suas próprias atitudes. Você verá que essa “tal sociedade doente” irá melhorar sua “saúde” consideravelmente.
Observe que muito dessa tal “política”que você cobra dos governantes, é completamente o reflexo do que nós como grupo social e familiar geramos.
Quer mesmo fazer alguma coisa? Para de culpar os outros, tome atitudes de fato sensatas na vida e pare de reclamar. Quando as pessoas vão se dar conta de que essa “tal sociedade doente”somos todos nós?
O caos em que vivemos é o reflexo das nossas próprias criações. Seja responsável pelo seu futuro. Nem todo mal é “consequência do destino”, mas sim o resultado de suas próprias decisões e escolhas.

Pare de se vitimizar, arregace as mangas, faça a diferença positiva no mundo.
E seja um criador do bem, não um reflexo do mal!

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